Sociedade
21 abril 2021 às 18h30

Homem mordido por víbora cornuda sai dos cuidados intensivos após toma de antídoto

Um homem de 60 anos foi mordido por uma víbora-cornuda, na aldeia de Santa Margarida, Constância, tendo dado entrada em estado grave na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Abrantes, de onde já teve alta. "O senhor está bem e a situação clínica está a evoluir favoravelmente".

DN/Lusa

O homem que foi mordido por uma víbora-cornuda no seu jardim, em Santa Margarida (Constância), teve esta quinta-feira alta da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Abrantes, onde deu entrada em estado grave na terça-feira, informou fonte hospitalar.

"O senhor está bem e a situação clínica está a evoluir favoravelmente, depois de lhe ter sido administrado ontem [quarta-feira] ao final da tarde um antiveneno (antídoto), pelo que esta manhã saiu dos cuidados intensivos e regressou à enfermaria", onde continua em observação, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que gere as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, todas no distrito de Santarém.

O homem, de 60 anos, residente na Portela de Santa Margarida, concelho de Constância, foi internado em Abrantes na terça-feira, onde ficou em observação, depois de ter sido mordido por uma víbora cornuda quando limpava o seu jardim, cerca das 13:00.

Na quarta-feira, um agravamento da sua situação clínica obrigou a internamento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital de Abrantes, em estado considerado "grave, mas estável", tendo-lhe sido administrado um antídoto contra o veneno cerca das 18:00 e ao qual reagiu de forma favorável.

Em declarações à Lusa, o comandante dos bombeiros voluntários de Constância (Santarém), Marco Gomes, contou que na terça-feira foi dado um alerta de socorro para um homem que "andava a arrancar ervas e a cuidar do jardim" quando foi mordido por uma cobra num braço.

O homem, acrescentou Marco Gomes, foi transportado para o Hospital de Abrantes "com muitas dores e grande inchaço", para acompanhamento médico e vigilância previsível de 72 horas.

Ainda segundo o comandante dos bombeiros voluntários de Constância, após análise da espécie e registo fotográfico de cobra, abatida no local, e depois de chamado o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR), "chegou-se à conclusão que era uma víbora cornuda, uma espécie não muito habitual na zona, sendo o seu 'habitat' em serras e zonas mais rochosas e que habitualmente não ataca se não se sentir ameaçada".

"O homem, ao estar a arrancar as ervas no jardim de sua casa, deve ter tocado na cobra e esta atacou, sentindo-se ameaçada", disse, acrescentando que se tratava de um 'exemplar juvenil', com cerca de 15 centímetros.

Marco Gomes adiantou ainda que "as víboras cornudas têm em média 50 centímetros na idade adulta" e que nunca tinha acontecido um caso de mordidela com estas cobras na zona.

O comandante dos bombeiros voluntários alertou, por isso, para a importância dos cuidados a ter aquando de uma mordidela deste género ou uma picadela de uma abelha, "situações que podem causar um choque anafilático" devido ao veneno tóxico na corrente sanguínea.

Leia também: Víbora cornuda é "tímida" e perigosa. O seu veneno não é letal, mas é "poderoso"

"Quando acontece uma situação destas, o melhor é a pessoa manter a calma, não se enervar e evitar mexer-se para não espalhar o veneno no corpo e ser imediatamente assistido, sendo que, excecionalmente, pode representar risco de vida, nomeadamente em crianças", notou.

A víbora cornuda tem uma cabeça triangular com um apêndice na zona nasal, o que levou a serem denominadas por cornudas. Tem predominância em Portugal e Espanha e os efeitos da sua mordidela podem durar entre um e três dias. A Organização Mundial de Saúde aconselha vigilância durante 72 horas após a ocorrência.

Atualizado às 12:57 de quinta-feira, 22 de abril