Sociedade
29 março 2023 às 07h25

Comunidade afegã pede "pena máxima" para autor do ataque ao Centro Ismaelita

A Associação da Comunidade Afegã em Portugal diz estar "profundamente chocada" com o ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, que fez dois mortos e um ferido. Manifesta "confiança no sistema judicial português" e espera que o caso seja investigado "ao pormenor".

DN

"Profundamente chocada" com o ataque de terça-feira ao Centro Ismaelita de Lisboa, a Associação da Comunidade Afegã em Portugal pede "pena máxima" ao agressor, um refugiado afegão, que matou, com recurso a uma faca, duas mulheres, que trabalhavam no centro.

"Aproveitamos a oportunidade para solicitar ao sistema do governo português que considere a pena máxima para o agressor com base nas leis e nos regulamentos judiciais do país", refere a comunidade afegã, em comunicado, indicando que se trata de um ato individual, que não deve ser generalizado.

A associação condena o "brutal e criminoso" ato que ocorreu no Centro Ismaelita - cujas motivações não são conhecidas - e manifesta "confiança no sistema judicial português", esperando que o ataque seja investigado ao "pormenor" e que os resultados da investigação sejam partilhados com o público.

Considera o ataque como sendo "um grave crime contra a humanidade" e contra a "sociedade pacífica de Portugal", segundo indica a nota.

O refugiado afegão levou a cabo um ataque com uma "faca de grandes dimensões" no Centro Ismaili, em Lisboa. Duas mulheres que trabalhavam no centro morreram e uma pessoa ficou ferida. O agressor foi atingido pelos agentes da PSP, tendo sido levado para o Hospital de São José, em Lisboa, onde foi submetido a uma cirurgia.

"Em circunstância alguma tais atos violentos e criminosos seriam aceitáveis pela comunidade afegã em Portugal e pela sociedade pacífica de Portugal", declara a associação, que apresenta condolências às famílias das vítimas e uma "rápida recuperação" aos feridos.

"Acreditamos firmemente numa comunidade forte e pacífica onde todos possam viver em paz e harmonia, independentemente da sua raça, cor, etnia e ou diferenças linguísticas", conclui a comunidade afegã.

O ataque foi condenado pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro, António Costa. Marcelo Rebelo de Sousa pediu que não se façam generalizações, considerando que seria "injusto e precipitado" tratando-se de um "ato isolado".

O homicida agora detido é beneficiário, como refugiado, do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.

Trata-se de Abdul Bashir, nascido em 1994, um refugiado afegão, viúvo, que reside em Odivelas com três filhos menores. O homem estava em Portugal desde 2021, vindo da Grécia, e teria distúrbios mentais