Adalberto Campos Fernandes deixa "por motivos pessoais" a administração da Cruz Vermelha
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Adalberto Campos Fernandes deixa "por motivos pessoais" a administração da Cruz Vermelha

O ex-ministro da Saúde confirmou ao DN a sua saída do cargo de presidente do Conselho de Administração. "Já tinha manifestado em novembro o meu interesse, por motivos pessoais, em deixar as funções", afirmou. A notícia surge dois dias depois de se saber que o Governo tinha deixado cair a operação de venda do hospital da Cruz Vermelha
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O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, vai deixar no próximo dia 20 a presidência do Conselho de Administração da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). Nessa data, segundo explicou o próprio ao DN, será realizada a assembleia-geral e escolhido o seu substituto.

A notícia surge dois dias depois de se saber que o Governo tinha deixado cair a operação de venda do Hospital da CVP, facto que o ex-ministro afasta da sua tomada de decisão. "Já tinha manifestado em novembro o meu interesse em sair, por motivos pessoais, independentemente de qual fosse o resultado da operação de alienação", afirmou ao DN.

Adalberto Campos Fernandes tomou posse em maio de 2022 pelo Governo de António Costa, para substituir Edmundo Martinho, na altura provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), instituição que detém, desde dezembro de 2020, o controlo da sociedade gestora da unidade.

A braços com uma situação financeira complicada, a SCML comprou a participação maioritária da Cruz Vermelha na gestora do hospital em 2020, durante a pandemia, e numa altura em que já se encontrava em dificuldades financeiras.

Os terrenos e edifícios onde está instalado o hospital, que constituem um ativo valioso, continuam a ser da Cruz Vermelha.

Segundo um despacho publicado em Diário da República a sete de janeiro, o hospital já não vai ser vendido depois de o Estado e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa terem concluído que não era viável.

De acordo com o documento, foi decidido o "encerramento do processo de alienação conjunta das participações detidas na CVP-SGH [Cruz Vermelha Portuguesa - Sociedade de Gestão Hospitalar, S. A], sem adjudicação da venda a nenhum dos proponentes".

A decisão surge depois de a SCML e a Parpública, titulares de 54,79% e 45%, respetivamente, do capital social da CVP-SGH, terem apresentado, em 16 de dezembro de 2024, "um parecer fundamentado de ausência de condições necessárias".

De acordo com o parecer apresentado, o negócio não salvaguardava o "interesse patrimonial das acionistas, para prosseguir o processo de venda".

Por esse motivo, tanto a SCML como a Parpública propuseram "dar por encerrado o referido processo, fazendo uso da faculdade de não adjudicação da venda a nenhum dos proponentes".

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