A Peixaria Centenária leva os Santos Populares às empresas
Montam o grelhador, o sistema de som, as luzes e a decoração. Levam as sardinhas, as fêveras, a salada, o pão, o carvão e o homem assador. Também não faltará a cerveja e a sangria, garantem. Neste verão, a Peixaria Centenária vai organizar sardinhadas em empresas, uma oportunidade para pôr os colaboradores a falar uns com os outros. "As relações estreitam-se e a empresa fica mais forte", dizem.
Aberta desde o final de 2013, a peixaria já passou por dois Santos Populares. "Há algumas décadas que não havia Santos na Praça das Flores (Lisboa). Numa parceria de muito amor e carinho com o quiosque de Catarina Portas, fizemos os primeiros arraiais em 2014", conta ao DN o sócio Rui Quinta.
Inverteram os papéis: a peixaria vendeu as bebidas e o quiosque tomou conta das sardinhas. Encheram a praça. O sucesso foi tal, que repetiram no ano seguinte. "Os Santos Populares têm tudo que ver connosco e com a nossa forma de ser peixeiros", justifica o designer gráfico. Além de gostarem de sangria, são "muito bons a fazer festas, a grelhar e a vender sardinhas"... Portanto, "porque não transformar isto num serviço para vender às empresas?" Assim surgiu a ideia.
No ano passado, a peixaria fez dois testes, "com muito sucesso": forneceu sardinhas para uma festa numa empresa e aproveitou para ver a dinâmica. Depois, organizou uma sardinhada num espaço privado para 70 pessoas. Nessa altura, foram começaram a ser contactados por algumas empresas, que se mostraram interessadas no serviço, como uma do Norte com cerca de 400 funcionários. Neste ano decidiram formalizar a oferta e criar um serviço que promete levar a animação dos Santos Populares às empresas.
"Filhinhos, com o sol que está lá fora, é uma pena não se aproveitar para uma festa como deve ser", lê--se na comunicação dirigida às empresas. Nos arraiais, que podem ser organizados entre maio e setembro, a sardinha é cabeça de cartaz, mas, como não podia deixar de ser, as fêveras também fazem parte do alinhamento. A festa pode ser na própria empresa ou num espaço alugado para o efeito. E não há limites. Os sócios da peixaria tanto fazem a festa para 50 como para 500 pessoas, e a animação é garantida, dizem. O preço é acordado com as empresas e depende do número de colaboradores e do local escolhido, por isso Rui Quinta não avança com os valores.
Ensinar a preparar o peixe
A Peixaria Centenária é um projeto do designer gráfico Rui Quinta, do artista plástico Filipe Alves, da ilustradora Joana Mateus e da peixeira Tânia Silva. "Uma peixaria que por uma grande coincidência vende peixe. Peixe fresco, assim é que é", lê-se no site. Ainda não chegou aos cem 100 - nem anda lá perto -, mas é centenária: nasceu "por causa das três últimas gerações do Rui, pela avozinha e mãezinha da Joana e pela mãe do Filipe". Por isso tem uma "história de gente e de peixe com mais de 100 anos."
Porque é muito mais do que uma tradicional peixaria, os sócios da empresa organizam também workshops dedicados ao peixe, aos quais chamam Masterclass. "Queremos dar-vos tudo o que sabemos. Vamos ensinar-vos a preparar peixe como deve ser, que isso não se aprende na internet!" Por 25 euros, os interessados aprendem a "reconhecer a frescura do peixe, qual é o mais indicado para cada prato e, depois de escolher o peixe na banca (até 800 gramas e de até 15 quilos), mãos às facas e ao escamador!"
No final, levam o peixe para casa e terminam com uma bela refeição. "Vamos arregaçar as mangas, filhinhos?"