O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, defendeu hoje, "numa visão de futuro", o encerramento da estação de comboios de Santa Apolónia para dar lugar a um espaço verde com ligação ao rio Tejo.."Pensando no longo prazo, é uma área com enorme potencial" para acolher um espaço verde, afirmou Manuel Salgado, relacionando-o com a possível concretização do porto de contentores do Barreiro, o que permitiria "desativar a área portuária em conjunto com uma reorganização da área ferroviária" na capital..O autarca falava à agência Lusa à margem de uma convenção autárquica do PS Lisboa, que juntou esta tarde militantes e simpatizantes do partido no Pavilhão do Conhecimento (Parque das Nações) sob o tema "Um futuro virado ao rio"..Salgado acrescentou que esta seria também "uma oportunidade única para fazer a ligação dos vales de Santo António e de Chelas ao rio"..Também na sua intervenção "A requalificação da frente ribeirinha -- do rio à cidade", o responsável disse que "se for viável e oportuno transferir" para o Barreiro a atividade portuária de Santa Apolónia, "isso iria libertar a área"..A seu ver, "não faz sentido" que a estação esteja no centro da cidade, já que grande parte dos passageiros que chegam a Lisboa saem na gare do Oriente..Além destas estações, a de Entrecampos também recebe comboios com ligações para fora da região de Lisboa.."O centro de Lisboa era até aos anos 60 a Baixa e depois migrou para norte, para a Avenida da Liberdade. No mapa de Lisboa, o centro geométrico é Entrecampos, que é onde está a estação com mais afluência" da capital, precisou Salgado, referindo que "no futuro" este será considerado o centro da cidade..O vereador assinalou também que a estação de Santa Apolónia é mais usada para "estacionar e lavar os comboios"..Definindo a frente ribeirinha e o Tejo como o "maior ativo que Lisboa tem", Manuel Salgado referiu que "é inadmissível que o rio não tenha muito maior utilização do ponto de vista da náutica de recreio"..Para o autarca, urge também apostar no transporte fluvial por ser "muito menos poluente" do que o rodoviário..Falando à Lusa, Manuel Salgado sublinhou que "em várias cidades dos mundos existe esta forma de utilizar os rios, que é fazer transporte fluvial não margem com margem mas ao longo da margem".."Acho que era de se estudar isso. Não só de pessoas como também de mercadorias", rematou..Também presente na ocasião, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, referiu que ainda existem "muitos e muitos quilómetros de rio a serem devolvidos à cidade"..O socialista falou também na modernização da linha de Cascais: "Não concordaremos nem aceitaremos uma solução que signifique retirar à cidade de Lisboa a hipótese de serem devolvidos oito quilómetros de rio que estão a ser usados para a linha férrea"..Questionado pela agência Lusa sobre o resultado do concurso de subconcessão da rodoviária Carris e do Metro de Lisboa, levado a cabo pelo Governo e ganho pela operadora espanhola Avanza, Medina recusou-se a comentar..O responsável disse apenas que foram entregues na sexta-feira as ações principais que estão na base das providências cautelares interpostas pelo município para travar o concurso.