Três comboios pela escola pública até Lisboa
Os participantes na Marcha em defesa da Escola Pública vão chegar a Lisboa em três comboios vindos do norte, a que se juntam dezenas de autocarros (só de Setúbal estão confirmados 30) e outros participantes que virão individualmente. O evento de amanhã terá uma resposta quase imediata por parte dos colégios, que logo no domingo desfilam nas ruas do Porto para demonstrar que saem mais baratas ao Estado do que a escola pública. Assim, as principais cidades do país vão ser palco de um fim de semana quente na Educação. De um lado estão as escolas públicas que recebem turmas e do outro os privados que as perdem (entrevistas de dois casos na página ao lado).
Para a manifestação de amanhã - a primeira da escola pública - foram reservados três comboios e dezenas de autocarros. "Não é fácil avançar números. Mas dá para perceber uma forte mobilização. Há autocarros a saírem de todas as capitais de distrito, ainda há escolas que levam autocarros. De Setúbal vão 30 autocarros", antecipa Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). O sindicato é um dos promotores da Marcha, que está marcada para as 14.30 e vai partir da Praça do Marquês de Pombal, em direção ao Rossio.
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As intervenções previstas são de Ana Benavente (ex-secretária de Estado da Educação), Ana Sesudo (presidente da Associação Portuguesa de Deficientes), Arménio Carlos (secretário-geral da CGTP), Helena Roseta (presidente da Assembleia Municipal de Lisboa) e Diogo Mendes (presidente da Associação de Estudantes da E. S. Lima de Freitas).
Em resposta à manifestação de 29 maio, organizada pelo movimento Defesa da Escola Ponto, em que todos vestiam uma t-shirt amarela (a cor da liberdade de escolha na Educação), para a Marcha, a indicação é que cada um leve uma camisola da cor que quiser, simbolizando a diversidade da escola pública. No fim da Marcha, Mário Nogueira não têm dúvidas: "A escola pública vai-se orgulhar da quantidade de pessoas que a vão defender no dia 18."
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Na segunda manifestação que vai promover contra os cortes nos contratos de associação financiados pelo Estado, o movimento Defesa da Escola Ponto vai percorrer as ruas do Porto, entre as Antas e Campanhã, às 10.30 de domingo. Sob o mote "Contas à Moda do Porto", os 79 colégios atualmente financiados (passarão a ser só 40 a poder abrir turmas de início de ciclo) vão querer provar que saem mais baratos ao Estado.
"O enfoque vai ser explicar que é um bom negócio para o estado e para os portugueses porque somos 25 mil euros, em média, mais baratos que os Estado", refere Manuel Bento, porta-voz do movimento.
Concurso acabou ontem
Fora da luta nas ruas, terminou, na quarta-feira à meia-noite, o concurso para a abertura de novas turmas de início de ciclo (5.º, 7.º e 10.º anos) financiadas com contrato de associação. De acordo com o estudo da rede e as vagas que o Ministério da Educação (ME) abriu, apenas 40 - dos atuais 79 - colégios puderam candidatar-se a 273 turmas.
Um processo que estes cumpriram, "mas sob protesto", garante Rodrigo Queiroz e Melo, diretor executivo da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP). "Estamos num processo de boa fé, embora tenhamos formalizado o protesto de que o contrato anterior é para cumprir. Além disso, todos vão manter a inscrição para as turmas previstas nos contratos assinados em setembro por três anos", acrescenta o responsável. O ME já fez saber que só pagará 273 turmas de início de ciclo.