Trabalhadores dos transportes exigem alterações à proposta de Orçamento
As organizações sindicais e comissões de trabalhadores das empresas públicas de transportes concentradas esta quinta-feira junto à Assembleia da República, para exigirem alterações à proposta de Orçamento do Estado para o setor, agendaram novo protesto para o dia 23.
Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, avançou ter ficado decidido esta quinta-feira um novo protesto para dia 23, já com a presença dos trabalhadores, caso não tenham qualquer resposta por parte do Governo no que diz respeito às reivindicações.
Para este responsável, em causa está a reposição dos acordos de empresa e o direito à contratação coletiva, bem como que as empresas sejam dotadas dos trabalhadores e dos meios financeiros necessários.
José Manuel Oliveira avançou que, caso as verbas de Orçamento do Estado (OE) para 2017 não sejam alteradas, "a degradação do serviço, que já se está a verificar nestas empresas, vai acentuar-se".
Segundo a Fectrans, no OE para 2017 é proposto que os trabalhadores do setor empresarial do Estado "continuem em 2017 a laborar com salários de 2009, já que apesar do desbloqueio das matérias referentes ao subsídio de refeição, ao trabalho extraordinário e ao trabalho noturno, fica vedada a possibilidade de negociação de novos salários" e suspensas também "as matérias referentes a carreiras e progressões profissionais".
A proposta de OE para 2017 "não corresponde às expectativas dos trabalhadores que esperavam que depois da contenção no corrente ano, e na linha do combate a um modelo de desenvolvimento assente em baixos salários e precariedade, fossem repostos os diversos Instrumentos de Relação Coletiva de Trabalho".
De acordo com o responsável, estiveram no local uma centena de dirigentes, delegados sindicais, membros das comissões de trabalhadores das diversas empresas de transportes que aprovaram ainda, por unanimidade, uma carta dirigida aos grupos parlamentares contendo o conjunto de problemas que está no documento que sustentou a concentração desta quinta-feira.
Para dia 23 ficou então agendada uma concentração com os representantes dos trabalhadores, sindicalistas e os próprios trabalhadores, no Largo Camões, seguindo depois para a Assembleia da República.