SEUR falha prazos de Natal nas encomendas da Amazon

Transportadora não consegue dar vazão ao pico de pedidos vindos de Portugal. Tecnológica poderá estar a ponderar queixa formal
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Maria João Nogueira acabou por desistir. Cancelou as suas quatro encomendas à Amazon e, no momento em que falava ao DN/Dinheiro Vivo, estava num centro comercial a comprar os presentes que o comércio online não lhe tinha garantido. "Fiz a encomenda a 12 de dezembro. A Amazon assegurava a entrega antes do Natal, para dia 21. Entretanto a SEUR, que me viria trazer os produtos, atualizou os prazos e passou a data para 29. Acabei por cancelar. Não fazia sentido", desabafa. Nunca lhe tinham sucedido atrasos desta ordem e considera-se uma cliente frequente da Amazon. Contudo, Maria João Nogueira assume que esta tinha sido a primeira vez que tinha encomendado através da loja espanhola: "Antes comprava pelo Reino Unido, ou até mesmo pela americana."

No início de novembro, a Amazon tinha anunciado portes de envio grátis para Portugal em encomendas a partir da empresa de Espanha, desde que essas atingissem determinado valor. O comunicado provocou uma avalanche de pedidos e a SEUR, uma das transportadoras que entrega os produtos viu-se sem mãos a medir.

A empresa estimava - e preparou-se - para um crescimento de 20% a atividade na época das festas. Contudo, "estas previsões foram amplamente excedidas, muito pelas promoções mais agressivas e de duração alargada, face a anos anteriores. Estamos a falar de vendas que praticamente duplicaram relativamente ao período homólogo", justifica Mónica Rufino, diretora-geral da SEUR Portugal.

A responsável acrescenta que está inclusivamente a tratar de um reforço de funcionários para dar resposta aos pedidos, prevendo a contratação de 60 profissionais à força de distribuição. "Estamos a colocar todos os nossos esforços e recursos para ajudar os nossos clientes a responder ao crescimento que estão a ter nas suas vendas e a nossa intenção é que recebam as suas remessas, o mais rápido possível. E quando falamos sobre clientes, referimo-nos a todos, independentemente do tamanho ou segmento", sublinha em declarações ao DN/Dinheiro Vivo.

Nas redes sociais, as queixas multiplicam-se e os clientes partilham as suas histórias. Uma utilizadora do Facebook conta que, na resposta à reclamação que fez à Amazon, a gigante tecnológica lhe indicou que iria proceder a uma queixa formal contra a SEUR. Contudo, o DN/Dinheiro Vivo não foi capaz de confirmar essa situação.

Pedro Magalhães foi outro dos clientes que manifestou o seu desconsolo no Twitter. Com uma situação bastante semelhante à de Maria João Nogueira, assume, contudo, ainda estar à espera que as encomendas lhe cheguem a casa. "Cheguei a ir à SEUR de São João da Telha ver o que se passava com os meus pedidos, porque não me respondiam nem pelo telefone nem online. Mas aquilo estava uma confusão e com imensa gente com reclamações como a minha. Não me encontraram a encomenda, mas foram bastante simpáticos", conta ao DN/Dinheiro Vivo.

Uma funcionária chegou a dar-lhe o número de telemóvel pessoal. "Disse-me que ia fazer tudo o que pudesse e para eu lhe ir ligando, para acompanhar a situação. Ainda tenho esperança de ter as minhas compras a tempo do Natal." E se não chegarem? "Logo se vê o que vou fazer."

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