O primeiro-ministro, António Costa, diz que "não podia negar" o "direito" aos três secretários de Estado de pedirem a exoneração dos seus cargos, numa declaração ao jornal Público.."Não podia negar-lhes esse direito", justifica António Costa na edição de hoje do jornal..Os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria anunciaram no domingo que pediram a sua exoneração de funções ao primeiro-ministro e solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016.."Na semana passada, foram constituídos arguidos dois chefes de gabinete, os secretários de Estado acharam que deviam, eles próprios, tomar a iniciativa de requererem a sua constituição como arguidos e poderem exercer o seu direito de defesa", explicou o primeiro-ministro ao Público..O primeiro-ministro aceitou no domingo os pedidos de exoneração dos secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, e da Indústria, João Vasconcelos, "apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação"..Esta posição de António Costa consta de uma nota oficial enviada pelo seu gabinete à agência Lusa.."Os senhores secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria informaram-me da sua intenção de exercer o direito a requererem a sua constituição como arguidos no processo de inquérito relativo às suas deslocações a jogos da seleção nacional no Campeonato Europeu de Futebol de 2016. Para o efeito, solicitaram a exoneração das suas funções governativas", lê-se no comunicado do primeiro-ministro..Face a esta solicitação, "ponderando a vontade manifestada pelos senhores secretários de Estado, a avaliação que fazem das condições para o exercício das funções e de modo a não prejudicar o seu legítimo direito de defesa, decidi aceitar o pedido de exoneração, apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação, nem consequentemente uma eventual acusação ter sido validada por pronúncia judicial", justifica António Costa..O líder do executivo agradece depois, "reconhecido, a relevante e dedicada colaboração dos três secretários de Estado nas funções desempenhadas no XXI Governo Constitucional"..A decisão é justificada com a intenção de não prejudicar o Governo.