O primeiro-ministro assegurou hoje que o Orçamento do Estado para 2018 continuará a aumentar o rendimento das famílias e, por isso, serão introduzidos mais escalões no IRS, "para que quem ganhe menos, pague menos".."Vai continuar a aumentar o rendimento disponível das famílias, porque aumentar o rendimento disponível das famílias é essencial para melhorar a nossa situação económica e é por isso que nós vamos melhorar a progressividade do IRS, vamos aumentar os escalões do IRS, para que quem ganhe menos pague menos, porque é com maior justiça fiscal que nós também melhoramos o rendimento das famílias", afirmou António Costa, que é também secretário-geral do PS, no discurso da 'rentrée' do partido, em Faro..Sublinhando que é necessário "prosseguir as boas políticas que dão bons resultados", António Costa garantiu ainda que o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), "seguramente vai continuar a prosseguir uma trajetória de controlo do défice", porque só assim se pode reduzir a dívida pública, bem como continuar a estimular o investimento para o país continuar a crescer e a criar emprego..Além disso, acrescentou, o OE2018 será também marcado por um reforço de investimento na escola pública e no Serviço Nacional de Saúde, porque a qualidade dos serviços públicos é também decisiva para a qualidade de vida dos cidadãos..Sem nunca se referir no seu discurso às negociações para o OE2018 que o Governo já iniciou com os partidos que o apoiam no parlamento - BE, PCP e PEV -, António Costa avançou ainda que já no próximo ano letivo, que vai começar em setembro, serão criadas 70 novas salas para os "três anos" nos jardins de infância..Na sua intervenção, o secretário-geral do PS recuperou ainda a ideia de que, depois de uma primeira parte da legislatura em que se "virou a página da austeridade", agora é tempo de dar continuidade aos "bons resultados".."Temos de garantir que este é o resultado para os próximos dez anos e isso exige a mobilização de todo o país", sublinhou, reiterando ser "hoje claro que era possível uma alternativa e que isso valeu a pena", porque as "boas políticas garantem bons resultados" e foi possível cumprir o principal objetivo de criar mais emprego e ainda aumentar o investimento..Ou seja, prosseguiu, apesar da diminuição da carga fiscal, da redução das taxas moderadoras, da reposição dos vencimentos na função pública, o país vai conseguir ter o "défice mais baixo de democracia"..Em jeito de resposta às criticas de que Governo continua a aumentar a despesa, António Costa utilizou os exemplos da saúde e da educação para demonstrar que isso aconteceu para "bem dos portugueses"..Pois, disse, ter mais quatro mil profissionais no Serviço Nacional de Saúde e fornecer manuais escolares gratuitos a todos os alunos do primeiro ciclo "aumenta a despesa, mas aumenta para bem dos portugueses"..Ao contrário de António Costa, que ao longo dos 40 minutos que durou a sua intervenção não fez qualquer referência aos partidos mais à esquerda do PS, o presidente socialista, Carlos César, não esqueceu os seus "aliados" no parlamento, com quem trilham "um caminho comum".."Contamos no parlamento e fora dele com todos os partidos de boa vontade e em especial com os nossos partidos aliados, com o BE, com o PCP, com o PEV, com quem trilhamos um caminho comum. Com eles no parlamento e não só, queremos continuar a partilhar a ambição e ao mesmo tempo o sentido da responsabilidade, (...) demonstrando que à esquerda continua a estar a segurança da estabilidade política, o ambiente positivo para os investidores e para os criadores de emprego", frisou Carlos César, que falou na 'rentrée' socialista antes do secretário-geral do partido.