"É com profunda tristeza que todos nós assistimos ao protelar de uma situação que tem causado a degradação e ruína de um edifício que é património da cidade", referiu Alcino Sousa, durante uma intervenção efetuada na Assembleia Municipal do Porto, esta madrugada..O dirigente associativo frisou que "os comerciantes são obrigados a abandonar a sua atividade comercial, quer por força da falta de meios e condições para o desenvolvimento do comércio, quer por força dos sucessivos indeferimentos, proferidos pelos órgãos municipais, no âmbito de requerimentos de cedência de espaço"..Em declarações feitas à Agência Lusa, Alcino Sousa frisou que o Bolhão teve "440 comerciantes e hoje restam cerca de 100, se calhar nem isso". .Dono de um talho, o dirigente admite seguir as pisadas de outros comerciantes e "sair também, se as coisas continuarem neste estado". "Já não aguento as despesas", alegou.."O que queremos muito é uma solução para o Bolhão. Façam alguma coisa pelo Bolhão", reforçou. .Mas o panorama "não é animador", pois, "infelizmente, não há novidades" e, por isso, os comerciantes encontram-se num "estado de preocupação e profunda angústia quanto ao futuro do espaço comercial que, afinal, foi o palco de todas as suas vidas profissionais"..Alcino Sousa recordou que já foi requerida, em vão, a "redução das rendas devidas pelos comerciantes, como consequência da falta de condições do Mercado do Bolhão para o exercício do comércio"..Outra questão central que os preocupa é a "data prevista para a efetiva reabilitação do Mercado do Bolhão e o respetivo calendário das obras". Esperamos uma resposta adequada, a esclarecer e clarificar as nossas dúvidas", salientou Alcino Sousa, quando se dirigia aos deputados municipais..O presidente da ACMB pediu-lhes depois "responsabilidades e empenho para esta causa, que é uma causa nobre"..No anterior mandato, o executivo camarário presidido por Rui Rio chegou a adjudicar a reabilitação do Mercado do Bolhão a uma empresa imobiliária, a TramCroNe (TCN), que para ali apresentou um projeto contestado por muitos setores da cidade..O projeto envolvia um investimento de 50 milhões de euros, mas acabou por abortar em setembro de 2008, visto que a autarquia anulou a adjudicação, alegando "grave incumprimento dos compromissos assumidos anteriormente por aquela empresa"..Na altura, a Câmara anunciou também que seria conhecida "a curto prazo" uma nova solução para o mercado. "A solução tarda em chegar", registou Alcino Sousa.