Os paióis de Tancos, assim como todos os outros do país, estavam a ser vigiados por militares que carregavam armas sem munições. Esta medida tem sido aplicada em todas as unidades militares do país para evitar acidentes desde o início dos anos 90..Segundo o Jornal de Notícias, os não mais de dez militares que faziam rondas para garantir a segurança dos paióis tinham o carregador da arma instalado nas espingardas G3 ou nas pistolas Walther P38, mas os carregadores não tinham munições..Os militares traziam nos cinturões os carregadores com munições - dois no máximo - lacrados e com cintas, o que dificulta o seu uso imediato em situações de emergência.."Numa situação como a de Tancos, em que poderemos estar a falar em profissionais, o militar não tem condições para fazer nada", disse fonte militar ao Jornal de Notícias. "O objetivo é conseguir surpreender o alvo. Só o barulho de tirar carregador, pôr carregador, puxar culatra atrás, das duas uma: ou o alvo escapava antes de o militar estar em condições de fazer fogo ou o alvo o abatia", continuou..Além disso, o número de militares a fazer ronda também deixava os paióis desprotegidos, falha atribuída à falta de recursos humanos. Segundo o Jornal de Notícias, estavam de sentinela não mais de 10 militares diariamente e as torres de vigia estavam desativadas. Os paióis de Tancos, de onde foi roubado material de guerra, têm 20 instalações críticas..Com a reunião de comandantes do exército, presidida pelo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, esta prática foi alterada. Os militares de sentinela passam a ter um carregador cheio na espingarda G3 e a primeira munição passa a ser de salva. Há também um maior esforço para aumentar o número de militares encarregues pela segurança..Após o roubo de material de guerra na semana passada, serão aplicadas normas de segurança de 1980 nos paióis dos Tancos..[artigo:8610950]