Na sua primeira mensagem de Ano Novo como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse que 2016, "tudo visto e somado", foi "um ano positivo". Ressalvou que "muito no entanto ficou por fazer"..Na visão do Chefe do Estado, "2017 tem de ser o ano da gestão a prazo e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado", por oposição a 2016, um "ano da gestão do imediato, da estabilização política e da preocupação com o rigor financeiro"..E não basta que a economia apenas cresça. É preciso na verdade "crescer muito mais". E, além disso, deve-se "completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento [e] melhorar os sistemas sociais, mobilizar para o combate à pobreza infantil e curar de uma Justiça que possa ser mais rápida e, portanto, mais justa"..No lado de positivo do ano que terminou, Marcelo disse ser "indesmentível que tivemos estabilidade social e política, que alcançámos até um acordo sobre salário mínimo, que os Orçamentos do Estado mereceram a aceitação da União Europeia, que cumprimos as nossas obrigações internacionais, que trabalhámos para reforçar o sistema bancário, que compensámos alguns dos mais atingidos pela crise, que houve, da parte de mais responsáveis, uma proximidade em relação às pessoas, ao cidadão comum"..Ou seja, foram dados "passos" - embora "pequenos" - para "corrigir injustiças", criando "um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espetro de crise política iminente, de fracasso financeiro, de instabilidade social", a qual era, "para muitos, inevitável"..Enfim, "entrámos em 2016 a temer o pior" e "saímos, a acreditar que somos capazes de melhor". Ou, "numa palavra, aumentámos o nosso amor-próprio como Nação e ganhámos fôlego na formação para um novo tempo, com a Cimeira Digital, na presença constante junto dos compatriotas que, fora do nosso território físico, pertencem ao nosso território espiritual, em vitórias, por natureza, raras - das que o Euro foi feliz exemplo -, na afirmação do nosso papel no mundo, com a eleição de António Guterres como Secretário-Geral das Nações Unidas"..Do lado meio vazio do copo, o Presidente da República salientou um crescimento da economia que "foi tardio e insuficiente" e além do mais a "a dívida pública permanece muito elevada", "alguns domínios sociais sofreram com os cortes financeiros". Numa crítica que pareceu implicitamente dirigente ao Ministério Público por causa da morosidade no "caso Sócrates", o Presidente da República denunciou um "sistema de justiça continua lento e, por isso, pouco justo, a começar na garantia da transparência da política". E, por último, temos uma temperatura na confrontação entre políticos que não acompanhou a desdramatização vivida pela sociedade em geral: "O ambiente nos debates entre políticos foi mais dramatizado do que na sociedade em geral.".Assim, "o caminho para 2017 é simples: não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado". Caucionando (mais uma vez) a solução política em que se apoia o Governo minoritário do PS, o Presidente da República disse que importa "não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo".."Quando queremos, nos unimos no essencial, e trabalhamos com competência, método e metas claras - somos os melhores dos melhores. E cumprimos o nosso destino, fazendo pontes, aproximando povos, chegando onde outros não chegam", concluiu Marcelo.