Marcelo avisa Costa que só fica aliviado quando for aprovado OE para 2017

Presidente espera não ter de aguentar governo em "dificuldades" no plano financeiro durante toda a legislatura. Por isso usou a expressão "por uns tempos"
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O Presidente da República explicou hoje que disse que aguentava o governo "por uns tempos" porque espera que as dificuldades financeiras sejam temporárias. Marcelo Rebelo de Sousa avisa o primeiro-ministro que só vai ficar "descansado" neste plano quando for aprovado no Parlamento o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).

Marcelo confessou-se "fanático da cultura de cogumelos", justificando que fez uma metáfora porque "como havia um cogumelo grande que servia de apoio ao mais pequeno, ocorreu-me como é importante a posição do Presidente relativamente ao governo quando tem de enfrentar dificuldades."

Sobre a expressão "por uns tempos", Marcelo tentou suavizar, mas lá foi dando o aviso. "Espero que não se justifique em termos económicos e financeiros haver estas dificuldades e estes debates que tem havido nos últimos tempos, com debate sobre as consequências do défice de 2015, o ano de 2016, a preparação para 2017".

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Marcelo assume que "quando estiver pronto o OE para 2017 e passado no Parlamento, o Presidente fica mais aliviado nas suas preocupações relativamente à economia e às finanças do país". Logo depois disse que a situação exigia um "acompanhamento atento"; mas não "especialmente angustiado". Até porque tudo o que se tem passado no relacionamento com a Europa era previsível, sem surpresas: "Tudo certinho".

Mas Marcelo está desconfortável com esta discussão em torno das sanções e preferia que não fosse feita, porque é extemporânea e até lamenta que "governo e oposição façam disto uma luta política."

Para o Presidente "neste momento não faz sentido" estar a debate sanções já que "ainda estamos à espera da avaliação técnica e só depois disso se pode discutir a aplicação de sanções. Ora, o depois disso é uma altura em que o orçamento para 2017 já está praticamente pronto."

Estabelecendo um calendário, o chefe de Estado explica que "o tempo passa", lembrando que "estamos em julho, o OE tem de entrar em outubro na AR, portanto em setembro está pronto e tem de ser objeto de conversas com a Comissão Europeia." Assim, "enquanto se fala de 2015, está a ser executado 2016 e estará a ser debatido o OE de 2017". Ou seja, para Marcelo a discussão é prematura.

Marcelo falou ainda nas declarações de Mário Centeno que falou num buraco de três mil milhões de euros na CGD acumulado no tempo de Passos Coelho. Marcelo desvalorizou a revelação do ministro das Finanças, pois "toda a gente já sabia que se se falava numa reestruturação da CGD e numa recapitalização da CGD era porque havia falta de capital da CGD." Destacou ainda que foi acordado com Bruxelas que esse valor "não vá ao défice".

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