A investigação do Ministério Público (MP) aos negócios de 11 parcerias público-privadas (PPP), relacionadas com a construção e a concessão da exploração de autoestradas em Portugal, está em fase de conclusão. Três antigos governantes dos executivos de José Sócrates, estiveram sob escuta no âmbito desta investigação, avança a revista Sábado..De acordo com a publicação, foram autorizadas, desde 2012, várias operações de busca e interceções telefónicas, por exemplo aos dois ex-ministros de Obras Públicas, Mário Lino e António Mendonça, e ao antigo secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos..Segundo a Sábado, prevê-se para muito breve a constituição de arguidos, depois de sete anos de investigação..A revista refere que em causa estão indícios de gestão danosa, corrupção ativa para ato ilícito, participação económica em negócio, associação criminosa, fraude fiscal agravada, tráfico de influências e branqueamento de capitais..Com base nos despachos judiciais a que teve acesso, a Sábado revela que "os investigadores também estabeleceram a possibilidade da existência de indícios de burla agravada e de falsificação de documentos, devido a alegadas atuações ilegais que poderão até ter impedido a atuação de "entidades e instâncias de controlo prévio [Tribunal de Contas]", permitindo assim a "obtenção de autorizações para a celebração de algum dos contratos" destas parcerias".A investigação está centrada em negócios efetuados entre 2009 e 2011, nomeadamente os contratos de subconcessões rodoviárias das autoestradas do Douro Litoral, Trás-os-Montes, Baixo Alentejo, Litoral Oeste e Algarve Litoral..As renegociações aquando da introdução de portagens nas SCUT da Grande Lisboa (A16), do Norte (A7 e A11), do Grande Porto (A4), da Costa de Prata, Beira Litoral e da Beira Alta (A25) e do Norte Litoral (A28) também foram investigadas, especifica a revista. Negócios que alegadamente terão sido lesivos do interesse público..No artigo é referido que foram efetuadas duas peritagens aos negócios em causa e que entre as pessoas que já testemunharam no processo encontra-se o ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Uma investigação que, segundo a Sábado, começou em Faro, após a publicação de várias notícias sobre alegados negócios ruinosos para o Estado referentes às parcerias público-privadas rodoviárias.