Roubo de material de guerra não faz aumentar nível de alerta no país
A Secretaria-Geral de Segurança Interna não aumentou o nível de alerta de segurança após o roubo de elevadas quantidades de explosivos e material de guerra de Tancos. Esta informação foi confirmada ao DN por diversas fontes das forças de segurança, desde PSP, Polícia Judiciária (PJ) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O SEF esclareceu ao DN que, "no quadro da segurança interna, no âmbito de algumas das suas áreas de competência, tomou as medidas consideradas adequadas e proporcionais às circunstâncias". E também a Unidade Contraterrorismo da PJ se juntou à investigação.
Dada a gravidade da situação - e nomeadamente porque este material militar pode entrar no mercado negro de forma a servir o terrorismo - as autoridades nacionais alertaram as suas congéneres europeias, como a Europol, e estão a trabalhar diretamente com a polícia espanhola. Foi, aliás, o jornal online El Espanõl que ontem divulgou a lista completa do material roubado daquelas instalações militares. Uma lista bastante mais vasta do que a inicialmente divulgada pelo Estado-Maior do Exército, que, numa primeira hora, deu a conhecer apenas o roubo de cerca de uma centena de granadas e munições de 9mm. Um dia depois, o DN avançava que tinham sido roubadas 44 lança-granadas e quatro engenhos explosivos prontos a detonar.
O Exército não confirmou nem desmentiu a lista ontem conhecida, escusando-se a comentar o que foi publicado pelos meios de comunicação social. Já o Ministério da Defesa limitou-se a dizer que as perguntas "remetem para a investigação oficial em curso" e, por isso, não podiam ser respondidas. Fontes do Exército admitiram ao DN que a recusa do ramo em divulgar a lista do material roubado fundamentou-se em razões de segurança e para não causar alarme público. Acresce que essa posição "foi coordenada com a Polícia Judiciária Militar". Quanto ao facto de o Exército ter divulgado a lista do material roubado de forma parcial e em diferentes momentos, fonte oficial reafirmou ao DN que tal foi feito apenas quando "havia confirmação" do que efetivamente tinha desaparecido.
Acresce que, quando da divulgação do primeiro comunicado na manhã de quinta-feira, a listagem do material desaparecido estava incompleta porque a Polícia Judiciária Militar tinha requerido ao ramo para esperar pela chegada dos investigadores a fim de não serem destruídas provas e indícios de crime eventualmente existentes nos paióis assaltados, explicou o tenente-coronel Vicente Pereira.