Secretária de Estado não estava à espera de ser remodelada

"Não fui eu que pedi a demissão", diz Margarida Marques. E garante excelente relação com o seu ministro, Augusto Santos Silva
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"Não fui eu que pedi a demissão. Foi o primeiro-ministro que entendeu que eu já não era necessária no Governo", afirmou ao DN Margarida Marques, agora prestes a deixar o Executivo.

Ao que o DN apurou, a sua remodelação nada teve a ver com uma suposta má relação com o seu ministro, Augusto Santos Silva, titular dos Negócios Estrangeiros. Foi antes por imposição do primeiro-ministro. Foi Augusto Santos Silva que lhe comunicou a demissão mas foi António Costa quem a decidiu. O MNE já desmentiu ao Expresso o suposto mal-estar entre ele e a secretária de Estado: "Não existiu nem existe."

Aparentemente, o problema terá residido, essencialmente, na autonomia com que Margarida Marques se movia nos corredores da União Europeia (foi funcionária da Comissão Europeia de 1994 a 2015, tendo chefiado a representação da Comissão Europeia em Portugal entre 2005 e 2011).

Essa autonomia terá suscitado resistências na cúpula da REPER (Representação Permanente de Portugal junto da UE, em Bruxelas) e também no gabinete do primeiro-ministro (cuja chefe de gabinete, Rita Faden, diplomata de carreira, foi sub-diretora geral dos Assuntos Europeus no MNE).

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Natural do Bombarral, 63 anos, licenciada em Matemática, Margarida Marques tem uma relação muito antiga com António Costa, dos tempos da JS, organização que liderou entre 1981 a 1984. Assumirá agora o lugar de deputada (foi eleita por Leiria).

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