Marcelo Rebelo de Sousa não se pronuncia sobre votação da eutanásia
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, continua sem se pronunciar sobre a eutanásia, que terça-feira foi a votos na Assembleia da República, tendo sido chumbados os quatro projetos apresentados a favor da despenalização da morte clinicamente assistida.
"Como não chegou nada para me pronunciar, não me vou pronunciar", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas na sessão de encerramento da conferência "Transformação digital e Mulheres", organizada pela Associação de Mulheres Embaixadoras, que aconteceu esta quarta-feira, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
O PCP - decisivo no chumbo, com os seus 15 deputados, que se somaram aos 19 do CDS e mais de 80 do PSD - já disse que não vai mudar de ideias (como mudou, por exemplo, do "não" para o "sim", na adoção de crianças por casais gay, alterando o destino final da lei).
E isto quer dizer que será preciso haver uma maioria de esquerda que se alcance sem o PCP (PS+BE+PEV+PAN) para haver uma certeza firme de aprovação da despenalização da eutanásia; se a isto se somarem mais votos a favor do PSD - ontem foram seis os deputados que votaram a favor, embora de diferentes projetos - melhor ainda, do ponto de vista dos defensores do "sim".
Da votação sobrou uma certeza: a morte assistida só será legalizada em Portugal quando houver na Assembleia da República uma relação de forças diferentes.