Segundo o Expresso, a juíza disse que as suas palavras foram mal interpretadas argumentando que apenas queria mostrar a Bárbara Guimarães "que devia ter apresentado queixa atempadamente porque senão a justiça fica de mãos atadas"..A juíza Joana Ferrer disse também que as "provas no processo são frágeis" e que se falou assim foi porque "quis manter um registo mais familiar". Lembrou mesmo que até tratou Bárbara Guimarães por "querida"..O Ministério Público, no incidente de recusa, considerou existir motivo "sério e grave, adequado a gerar desconfiança sobre a imparcialidade da magistrada judicial"..[artigo:5031439].A Associação de juristas considerou que a magistrada fez uso de "pré-juízos desconformes com o legalmente estipulado"."Confesso que estive a ver fotografias do vosso casamento e tudo parecia maravilhoso. Parece que o Professor Carrilho foi um homem, até ao nascimento da Carlota [a segunda filha do casal], e depois passou a ser um monstro. Ora o ser humano não muda assim"; "Causa-me alguma impressão a atitude de algumas mulheres vítimas de violência, algumas das quais acabam mortas. A senhora procuradora diz que não tem que se sentir censurada. Pois eu censuro-a! É que se tinha fundamento para se queixar, devia tê-lo feito"; "Mas nunca pensou ir ao hospital?" (Resposta de Bárbara Guimarães: "Não, tive vergonha.") "Com tanta divulgação, tanto apoio que se criou para a violência doméstica? Tenha paciência, esse argumento é fraquinho"; "Ó Bárbara, causa-me nervoso ver mulheres informadas a reagirem assim. Se tinha fundamento, devia ter feito queixa.".Estas frases, atribuídas nos media a Joana Ferrer, a juíza do Tribunal Criminal de Lisboa que preside ao caso em que Manuel Maria Carrilho é acusado de violência doméstica contra a ex-mulher, Bárbara Guimarães, e que terão sido ditas na primeira sessão do julgamento, na passada sexta, levaram a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas a exarar, esta tarde, um comunicado em que expressa "a sua preocupação pelo que estas revelam sobre a persistência de pré-juízos desconformes com o legalmente estipulado sobre o modo de agir com vítimas de violência doméstica.".[artigo:5031439]