Associação do ISCSP demarca-se de abaixo-assinado contra contratação de Passos

Direção da associação de estudantes contesta validade do documento de protesto contra contratação do ex-primeiro-ministro
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A Associação de Estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) "não se revê" no abaixo-assinado que foi noticiado na quinta-feira e que contesta a contratação de Passos Coelho como professor. Os alunos referem, num comunicado com cinco pontos, que esta é a única estrutura que representa os estudantes daquela universidade.

Daí que entendam que "esse pretenso abaixo-assinado não vincula os alunos do ISCSP, nem muito menos o entendimento da Associação de Estudantes do ISCSP sobre o processo em causa". A associação, presidida por Helder Jesus, defende ainda que o documento que contesta Passos Coelho não cumpre as normas estatutárias.

O abaixo-assinado, que o Jornal de Negócios noticiou ontem, põe em causa a competência do ex-primeiro-ministro para dar aulas de Administração Pública a alunos de mestrado e de doutoramento, quando o próprio não possui estes títulos académicos. No entanto, a estrutura estudantil do ISCSP considera que esta matéria é "da exclusiva competência dos órgãos de gestão" do instituto e que "essa autonomia deve ser preservada em nome da defesa da legalidade, da legitimidade dos órgãos".

Os estudantes demarcam-se também "de qualquer tentativa de utilização do processo em causa, por pessoas coletivas ou individuais, para fins político-partidários por parte de estudantes no seio da instituição". A associação deixa ainda bem claro neste documento o apoio aos órgãos de gestão do ISCSP.

A nova vida profissional de Pedro Passos Coelho tem também dado que falar fora do meio académico. Uma das vozes críticas foi a da historiadora Raquel Varela que, no Facebook, escreveu que o ex-líder do PSD "acaba a dar aulas numa universidade pública, paga por nós, onde vai ensinar a outros como continuar a destruir serviços públicos, que continuaremos a pagar, mesmo quando já não existirem".

Nuno Garoupa, professor de Direito e Economia, comparou o ISCSP a "uma espécie do "Estoril académico" dos exilados da política". "O local preferido das vítimas da austeridade. primeiro Seguro, agora Passos. Só falta Portas e até aprece um remake de 2013!", completou.

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