Num comunicado sobre o balanço das reuniões que decorreram esta quinta-feira à tarde entre a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, e os sindicatos do setor, o Ministério das Finanças confirma que até final de abril os serviços reportaram valorizações remuneratórias a 102 mil trabalhadores, por progressão, alteração do posicionamento remuneratório ou mudança de escalão, um dado já avançado antes pelos sindicatos..O Ministério especifica que nas carreiras cuja progressão depende essencialmente dos pontos obtidos pela avaliação de desempenho (e não do tempo de serviço, como é o caso dos professores) foram reconhecidas valorizações remuneratórias a 80 mil trabalhadores até final de abril.."Nas carreiras que têm o tempo como elemento essencial de progressão, o processo está a decorrer conforme o previsto, porquanto os módulos de tempo necessários à progressão são contabilizados ao longo do ano", afirma o ministério de Mário Centeno..Para maio, o Ministério estima que "pelo menos mais 3 mil trabalhadores" verão reconhecida a valorização remuneratória..No documento, as Finanças dizem ainda que o Governo introduziu uma norma no Decreto-Lei de Execução Orçamental (DLEO) sobre valorizações remuneratórias no setor empresarial do Estado e entidades reguladoras "procurando acolher as preocupações manifestadas" pelos sindicatos.."Esta norma determina que aquelas entidades devem dispor de instrumentos que prevejam mecanismos de valorização remuneratória para os seus trabalhadores", lê-se no comunicado..À saída da reunião com a secretária de Estado, a dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, disse desconhecer em concreto a norma em concreto que constará no DLEO mas adiantou que, ao abranger apenas o setor empresarial e entidades reguladoras "vai deixar muitos trabalhadores de fora"..No comunicado com o balanço das reuniões, o Ministério das Finanças refere ainda que já foi assinado o despacho que institui "o mecanismo de controlo das valorizações remuneratórias pela Inspeção Geral de Finanças, que permitirá ao Governo continuar a acompanhar o processo de descongelamento de carreiras, realizando periodicamente novos pontos de situação".