Governo desmente El País: Portugal não se opôs a sanções à Venezuela

O ministério dos Negócios Estrangeiros garante, em comunicado, que "não é verdadeira" a notícia do "El País"

"Portugal não se opôs, no seio da União Europeia, à aplicação de sanções à Venezuela, pela simples razão de que essa questão não foi ainda discutida entre os Estados-Membros da UE", afirmou hoje o Governo português, numa nota emitida pelo gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros.

O "El País" noticiou que Portugal é, entre os 28 da UE, o único que se pronunciou claramente contra a imposição de sanções.

Segundo a nota do MNE, "Portugal tem participado ativamente na formação do consenso necessário à definição da posição da UE sobre a Venezuela, tal como resulta, designadamente, das conclusões aprovadas no Conselho de Negócios Estrangeiros de 15 de maio, conclusões essas nas quais Portugal se revê inteiramente".

Além do mais, o Governo português também apoia "a declaração feita anteontem pela Federica Mogherini, Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança. "A UE, e com ela Portugal, têm feito tudo o que está ao seu alcance para favorecer uma solução política inclusiva na Venezuela, respeitadora do Estado de Direito, do pluralismo político e do princípio de resolução pacífica dos diferendos", diz também o comunicado governamental.

Segunda-feira, em Bruxelas, falando após uma reunião do Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, Mogherini referiu-se à questão da Venezuela - embora salientando que não tinha estado na agenda da reunião.

Questionada expressamente sobre a hipótese de sanções, a Alta Representante afirmou que "obviamente todas as opções estão sempre na mesa para consideração política". Mas acrescentou que para já o tempo é de diplomacia: "Espero que, daqui até 31 de julho, o tempo possa ser sabiamente usado para procurar a unidade do país e evitar qualquer escalada."

A UE já se pronunciou contra a iniciativa do regime liderado por Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para mudar a Constituição. Essa iniciativa, disse Mogherini, "polariza o país e faz aumentar os riscos de confrontação".

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