Francisco Assis acusa direção do PS de "puro cinismo"
Falando no comício de pré-encerramento da campanha, no Cine Teatro Batalha, no Porto, o antigo líder parlamentar e atual eurodeputado afirmou que "quando o PS coloca o presidente do partido, a secretária-geral adjunta e todo o núcleo duro do Governo" de um lado da barricada, "esse partido está a apoiar um dos candidatos" - ou seja, Sampaio da Nóvoa.
Por isso, acrescentou Assis, releva do mais "puro cinismo" a direção do PS falar em equidistância face às candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém.
A candidata - disse - "não contou com o apoio de nenhuma máquina partidária" e aliás entre "os candidatos com possibilidade de ser eleito, foi a única que não contou com apoio de máquina partidária".
Já a própria Maria de Belém afirmou, ao encerrar a sessão, e sem entrar em detalhes, que "tem havido muitas pressões para que pessoas não apoiem esta candidatura". "Têm acontecido coisas anómalas" mas "o voto é secreto não há acondicionamentos que funcionem", afirmou.
Quanto a Assis, o eurodeputado disse que Maria de Belém é "uma pessoa capaz de falar para a esquerda e para a direita" e é "uma pessoa absolutamente livre."
Segundo afirmou, "em cinco anos [mandato do próximo Presidente da República] vai acontecer muita coisa que nem imaginamos". E "não queremos nem um Presidente da República [Marcelo] que seja líder da oposição" nem "alguém [Nóvoa] que esteja permanente subordinado a este Governo" e se comporte como "um simples e acrítico notário do que se vai passando".
Nesse contexto, elogiou o "distanciamento" da candidata Maria de Belém face à solução esquerda que apoia o Governo do PS - solução essa que lhe suscita para já uma "insatisfação cautelosa".
A sessão decorreu num auditório (cheio) do cine-teatro com lotação para 200 pessoas, que se seguiu a um passeio na rua de Santa Catarina, já a noite tinha caído, ao qual se associaram poucas dezenas de apoiantes da candidata.
Maria de Belém encerrou-a garantido que os "ataques torpes e soezes" de que foi alvo na campanha não serão suficientes para a "desmoralizarem".
A campanha será encerrada com uma sessão pública no pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra.