Esquerda e sindicatos falam em porta aberta a toda a função pública

Já há outras carreiras a reclamar tratamento idêntico ao dos professores na contagem do tempo de serviço
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A contagem do tempo de carreira para a reposição salarial que vai iniciar-se no próximo ano deve estender-se a outros setores da Administração Pública, para além dos professores. A ideia foi ontem defendida, a uma voz, por Bloco de Esquerda e PCP, pela CGTP e pela UGT. Conhecido o compromisso que o governo assumiu, na madrugada de sábado, com os docentes, outras carreiras da função pública perfilam-se agora para reivindicar um tratamento semelhante. Em causa está a recuperação do tempo de serviço para a progressão nas carreiras.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, não deixou ontem margem para dúvidas: "A contagem de tempo tem que ser para todos". O líder comunista disse-o por duas vezes, em declarações aos jornalistas, durante a manifestação convocada pela CGTP que decorreu em Lisboa. "É inevitável, para se criar justiça" que outras carreiras da Administração Pública venham a ter o mesmo benefício, defendeu Jerónimo de Sousa, apontando as forças policiais, enfermeiros, médicos ou magistrados.

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, também se referiu ontem à declaração de compromisso assumida com os professores para afirmar que "tudo indica que estamos no caminho para uma negociação que possa ter em conta a contagem integral do tempo de serviço". Uma questão de justiça, já que "as carreiras não podem ser ignoradas" - " E não são só as dos professores".

"Porta aberta" para todos

Arménio Carlos, líder da CGTP, diz ao DN que o "tratamento deve ser idêntico para as carreiras que estiverem na mesma situação". A forma "deve ser objeto de negociação com os sindicatos", acrescenta, defendendo que os efeitos devem ser "visíveis já em 2018 e até ao final da legislatura". Ou seja, faseamento sim, mas dentro do quadro do mandato do atual governo.

Também Carlos Silva, secretário-geral da UGT, considerou que o compromisso estabelecido na madrugada de sábado "abre a porta a toda a administração pública", não devendo cingir-se aos docentes.

E vários setores já vieram dar sinal de que acompanharam com atenção o processo relativo aos professores, e que exigem tratamento idêntico. É o caso dos polícias e dos militares. "É necessário adotar os mesmos critérios", veio já dizer a Associação Nacional de Sargentos, num comunicado significativamente intitulado "Também aos militares...!".

Com Lusa

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