Costa: "Perante cada dificuldade temos tido capacidade de resolver"

Primeiro-ministro diz que "uma oposição cujo sucesso depende do fracasso alheio não é uma oposição que mereça grande apreço"
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"Mesmo um otimista não espera elogios da parte da oposição". Foi assim que esta quinta-feira António Costa respondeu às críticas de PSD e CDS aos seis meses da sua governação, devidamente celebrados com uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada no Palácio da Ajuda. E o primeiro-ministro completou: "Uma oposição cujo sucesso depende do fracasso alheio não é uma oposição que mereça grande apreço."

"Aquilo que os portugueses esperam do Governo não é que o Governo seja oposição à oposição, é que o Governo se concentre naquilo que se deve concentrar: resolver os problemas do país, resolver as heranças, mas sobretudo construir um futuro de esperança e de confiança", defendeu.

O primeiro-ministro ainda teve uma palavra para as dificuldades que encontrou. "Não foi fácil, ninguém podia julgar que fosse fácil nestes seis meses", recordando o "contexto difícil de desaceleração da economia mundial".

De caminho, Costa recusou-se a responder às críticas do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre o crescimento económico do país, para remeter para o debate quinzenal de hoje essas respostas. No Parlamento, o primeiro-ministro vai abrir o debate desta manhã com a execução do Programa Nacional de Reformas (PNR), que, segundo Costa, foi "elogiado" na semana passada pela Comissão Europeia.

Sobre o meio ano de Governo, o primeiro-ministro seguiu o guião já escrito há muito de um executivo que quer "mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade", agora acomodado nos "seis pilares" do PNR. Segundo Costa, estes vão "corporizar" a nova estratégia do Governo para o país. "Este é um trabalho", disse, falando sozinho no palanque, "para o qual queremos contar com a colaboração de todos, parceiros sociais, partidos, sociedade civil".

Pouco depois do Presidente da República ter recebido - ali perto em Belém - o movimento dos colégios privados, Costa apontou "a educação das crianças", sem se referir à polémica dos contratos de associação, "e a educação dos adultos como apostas do Executivo. Só mais à frente, já depois de interpelado pelos jornalistas, António Costa preferiu puxar dos galões da sua equipa. "Perante cada dificuldade temos tido capacidade de resolver", defendeu, fechando a sua resposta na greve dos estivadores.

Estivadores: "Há limites para tudo"

"É assim que também faremos relativamente à situação da greve dos estivadores, que se arrasta há quatro anos. O funcionamento do Porto de Lisboa é capital para o conjunto da economia do país", atirou.

Para dizer que tudo se joga esta sexta-feira: "Amanhã [hoje] nós teremos um grande esforço negocial ao longo de todo o dia, mas há limites para tudo e se a solução não for uma solução negociada, terá que ser encontrada outra solução, como a que já tivemos que recorrer para permitir a retirada do porto dos contentores que lá estavam retidos", apontou Costa, sem explicar se o Governo poderá regressar à escolta policial ou mesmo à requisição civil.

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