Centeno anuncia crescimento de 1,8%, défice de 2,2% e dívida de 127,7%
São as previsões macroeconómicas do Orçamento do Estado para este ano: o produto interno bruto (PIB) deve crescer 1,8%, o défice orçamental deve situar-se nos 2,2%, o défice estrutural cairá 0,3 pontos percentuais (para 1,7%) e a dívida pública deve diminuir para 127,7% do produto (decrescendo um ponto percentual). Quem o garantiu esta sexta-feira foi o ministro das Finanças, Mário Centeno, na conferência de imprensa de de apresentação do OE.
Centeno falou do documento como sendo produto de um exercício que "demonstra que há alternativa" e que é "dialogante", conjugando os compromissos do Governo e os acordos feitos com BE, PCP e PEV com os compromissos internacionais do no país, referindo que a redução do défice será de 0,9 pontos percentuais e que houve "um esforço de ajustamento estrutural de três décimas do PIB". Em paralelo, referiu o governante, está a ser dado "mais um passo na sustentabilidade da dívida pública".
Centeno sublinhou que está a ser feita uma nova distribuição entre impostos diretos e indiretos, bem como um controlo da despesa pública, em particular com a "contenção dos consumos intermédios". Mesmo com a reposição dos salários dos trabalhadores do Estado, avaliada em 446 milhões de euros.
O Governo prevê ainda um crescimento do emprego em 0,8 pontos percentuais e a descida da taxa de desemprego em um ponto percentual (para 11,3%). As importações deverão cair 1,4 pontos percentuais (de 6,9% para 5,5%), ao passo que as previsões apresentadas esta sexta-feira apontam para um recuo das exportações na ordem dos 0,8 pontos percentuais (de 5,1% para 4,3% do PIB).
Ladeado pela sua equipa de secretários de Estado, Centeno confirmou que haverá um agravamento dos impostos que incidem como o consumo, indicando, por exemplo, que a gasolina e o gasóleo ficarão seis cêntimos mais caros, à luz das alterações que serão feitas ao ISP.
Sobre as críticas de que tem sido alvo, sobretudo por algum otimismo nas previsões e pela alteração de cenários macroeconómicos, Centeno recusou que fique diminuído. Notando que as críticas ao OE são "legítimas", explicou que a revisão em baixa do crescimento e em alta do défice decorre de uma "análise do risco" das projeções, mas salientou que a luz verde do colégio de comissários europeus é "um sinal de confiança". "Fragilizado com críticas é algo que nunca me vai ver", respondeu aos jornalistas.