Hospital de Coimbra confirma três mortos devido a bactéria
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) confirmou hoje que três pessoas com a bactéria multirresistente "klebsiella pneumoniae" morreram em janeiro neste hospital.
Apesar das mortes, o diretor clínico José Pedro Figueiredo afastou a possibilidade de um surto e disse que associados a este caso estão internados no CHUC 21 doentes. Entre estes 21, oito estão infetados e os restantes colonizados com a bactéria.
Dos doentes infetados, quatro estão nos cuidados intensivos, um dos quais deverá ter alta hoje, dois têm prognóstico favorável e um outro prognóstico reservado e "nenhum deles está internado com patologia relacionada com a klebsiella", apresentando outras patologias.
Trata-se da mesma bactéria resistente a antibióticos que infetou mais de uma centena de pessoas no hospital de Gaia e foi diretamente responsável pela morte de três desses pacientes, ainda em 2015. As mortes foram confirmadas em conferências de imprensa pela direção clínica da unidade hospitalar.
Segundo o Jornal de Notícias, que avançou a notícia e cita fonte do gabinete coordenador local do Programa de Prevenção e Controlo das Infeções e das Resistências aos Antimicrobianos, os portadores da bactéria estão em isolamento para prevenir uma eventual disseminação.
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O Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra terá entretanto constituído uma equipa especializada para acompanhar a situação e implementar "medidas de contenção, rastreio e monitorização da eficácia das mesmas, tendo por base as orientações da Direção-Geral da Saúde".
Nesta altura, escreve o JN, entre as medidas de contenção da bactéria - transmitida através de secreções e pelo contacto direto com um doente infetado - que já foram tomadas, contam-se o isolamento físico dos doentes e a adoção de equipamentos de proteção, nomeadamente vestuário descartável para os profissionais de saúde e batas para as visitas, além da desinfeção dos espaços.
Segundo o jornal, o Centro Hospitalar de Coimbra tem habitualmente internados nos vários polos clínicos 1900 doentes agudos, pelo que os 21 doentes infetados com a bactéria não constituem, para já, situação alarmante.
Sublinhando que "há diferença entre doentes colonizados e doentes infetados por este tipo de a klebsiella", o responsável José Pedro Figueiredo referiu que os infetados "têm uma cultura num produto biológico positiva", devendo ser tratados com os antibióticos disponíveis, enquanto os doentes colonizados, embora possam registar "uma cultura positiva num dos produtos biológicos", não têm qualquer "manifestação clínica da infeção".
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