André Ventura adiantou esta quinta-feira, 18 de setembro, quatro nomes do governo sombra do Chega: Teresa Nogueira Pinto na Cultura, José Cid na Agricultura, Fernando Silva na Administração Interna e Horácio Costa na Saúde. A composição completa da lista será apresentada esta sexta-feira.Numa entrevista ao Now dominada pela candidatura às eleições presenciais de janeiro do próximo ano, Ventura afirmou que os "eleitores do Chega querem sobretudo uma nova República, querem mudar o sistema"."Não quero saber se é Rei, Presidente ou primeiro-ministro, quero é mudar o sistema", vincou o líder do Chega, reconhecendo que não desejou nem procurou esta candidatura presidencial."Não considero que seja um sinal positivo para a democracia, mas temos de ter uma candidatura vencedora ou que pelo menos chegue à segunda volta das eleições", explicou, reconhecendo que o "partido dividiu-se" e "houve pessoas que não concordaram" com a sua candidatura a Belém."O dilema é este: não é o desejável que o líder da oposição seja candidato presidencial, mas os outros candidatos representam o pior que o sistema tem. Agora lideramos as sondagens e eu próprio tive de pensar sobre isto", frisou, reconhecendo que o candidato ideal seria Pedro Passos Coelho e que também gosta de Manuel Monteiro. "Não podemos deixar que o Presidente da República possa voltar a ter este perfil de bloqueio de tudo o que acreditamos. O momento mais decisivo para mim foi o veto à lei dos estrangeiros. O país tem de ter regras na imigração, mas os três principais candidatos a Belém disseram que Marcelo fez bem em vetar a lei", prosseguiu.Questionado sobre o desgaste físico que poderá sofrer nestes meses, André Ventura diz que nunca se cansa "por Portugal". "Trabalho muito mais do que todos os outros políticos todos, não vou para Gaza... primeiro o país, depois o partido e depois as minhas circunstâncias. Não estou totalmente recuperado, mas não me vou fazer de coitadinho, eu vou porque quero", vincou, criticando Gouveia e Melo por juntar "à sua volta o pior do sistema". "Só falta Sócrates apoiar Gouveia e Melo", atirou..Gouveia e Melo confirma almoço com Ventura e revela: "Já votei muitas vezes no PS e no PSD". Ventura fez ainda um exercício de futurologia e disse que o PSD deverá apoiar António José Seguro caso o antigo líder socialista vá à segunda volta com o presidente do Chega: "O PSD não pode tolerar que eu chegue ao poder, mas devia pensar no que faria Sá Carneiro."Sobre a presença na manifestou desta quarta-feira de imigrantes, disse que vai a "todas as manifestações" e rejeita a ideia de provocação. "Não foi uma provocação, ainda hoje fui a uma manifestação de ex-combatentes. Se vêm para Portugal, têm de cumprir regras", rematou, defendendo um regime presidencialista, mais parecido com o sistema francês, que "é mais claro"."Não serei o Presidente de todos os portugueses. Não serei o Presidente dos terroristas, dos violadores e dos imigrantes ilegais", prosseguiu, considerando que "a candidatura presidencial é a melhor forma de liderar a oposição" e que nunca perderá umas eleições legislativas para José Luís Carneiro.Ventura admitiu ainda que, enquanto Presidente da República, não teria problemas em dizer que "o primeiro-ministro espanhol devia ser preso", "Lula da Silva é um corrupto" ou que "Nicolás Maduro é um ditador".O líder do Chega também disse que daria poder ao PS se ganhasse as eleições, mas que teria muitas reservas em aceitar uma solução como a de 2015, que considerou ser "uma burla", e vincou ainda que não acha "saudável a dissolução da Assembleia da República".André Ventura mostrou-se convicto de que chegará à segunda volta e recusou revelar quem vai apoiar caso não vá à segunda volta. Acerca das autárquicas, mostrou-se confiante em ganhar câmaras e juntas de freguesia sobretudo no sul e no centro do país e vincou a necessidade de haver "autarcas sem corrupção". "Não quero políticos de pedestal", salientou.Relativamente ao Orçamento de Estado de 2026, explicou que o Chega tem exigências como o fim das portagens e a descida de IRC em 2%.