O líder do Chega, André Ventura, acusou este domingo, dia 28 de setembro, o primeiro-ministro de estar “desfasado da realidade” e considerou “puro eleitoralismo” Luís Montenegro anunciar aumentos para os idosos e pensionistas em vésperas de eleições autárquicas.“Um primeiro-ministro, que está em funções desde março do ano passado, vir às portas de uma eleição fazer ou inaugurações, como temos visto, ou ir ter com os seus autarcas para fazer inaugurações, pagas com o dinheiro dos contribuintes, ou fazer promessas, ou entregar orçamentos a dois dias das eleições, é puro eleitoralismo em que ninguém acredita”, acusou. .Montenegro promete novo aumento do CSI e um suplemento para pensões mais baixas se houver folga no OE2026. André Ventura falava aos jornalistas antes de uma ação da pré-campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, em Ansião, distrito de Leiria, e comentava o anúncio do primeiro-ministro, no sábado, de um novo aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI) no próximo Orçamento do Estado, e um suplemento para as pensões mais baixas, caso exista folga.O presidente do Chega acusou também Luís Montenegro de estar “desfasado da realidade” ao falar numa renda moderada de 2.300 euros e considerou que todos ficaram “muito incomodados” com as declarações do primeiro-ministro.“É um primeiro-ministro cada vez mais desfasado do que é a realidade dos jovens, das rendas das casas, da imigração, enfim, do país em geral”, criticou, contrapondo que, nesta campanha, o Chega “quer conhecer o país real”.“O Governo não sabe o que quer, mas quando chega às eleições tenta sempre mostrar que está a fazer alguma coisa. E as pessoas começam a cansar disso. Por isso é que Montenegro começa a cansar também, porque tudo o que promete não acontece”, criticou.André Ventura sustentou também que, "quer em matéria de complemento de idosos, quer em matéria das portagens, quer em matéria de controlo de imigração e de segurança, a verdade é que chegados aqui, se não fosse o Chega não havia nada a dizer, porque foi o Chega que conseguiu fazer isto tudo".O líder do Chega considerou o Governo de apenas fazer promessas e reclamou a autoria da proposta de aumento da dedução de despesas com habitação."O Governo disse que não dava orçamentalmente, era uma medida muito exigente, aceitavam a nossa descida do IRS, mas não a dedução para a habitação. Agora o Governo veio anunciar exatamente aquilo que o Chega tinha proposto, agora que estamos à beira de eleições", afirmou.Nesta que foi a única ação do dia do presidente do Chega, André Ventura foi questionado também sobre uma notícia do jornal Público sobre uma insinuação por parte do gabinete do primeiro-ministro relativamente à alegada existência de motivações políticas das autoridades que investigam o caso da Spinumviva, o que foi negado por Luís Montenegro.O líder do Chega considerou que Luís Montenegro "dificilmente poderá associar a Spinumviva a eleições, porque a Spinumviva surgiu num momento em que o país todo pensava que não ia ter eleições tão depressa" e sustentou que não foi este processo "que provocou eleições, foi a ausência de esclarecimentos do primeiro-ministro".O Chega candidata o gestor empresarial Edgar Ramalho à presidência da Câmara Municipal de Ansião, que é liderada pelo PS.O município de Ansião é liderado pelo PS, que obteve, nas últimas autárquicas, em 2021, quatro de sete mandatos. O PSD obteve os restantes.Os socialistas recandidatam o atual presidente da Câmara, António José Domingues, a um terceiro mandato, enquanto o cabeça de lista do PSD é Jorge Cancelinha.