Em 10 anos, o Livre passou de um mandato para seis, tendo-se afirmado nas passadas legislativas como o único partido à esquerda do hemiciclo a conseguir aumentar o número de votos e de deputados (199.888 em 2024 para 250.651 em 2025). O resultado deve-se “à clareza” do partido, e por ter adotado “uma estratégia” que passou por ser “uma força agregadora à esquerda”, justificou ao DN o deputado agora reeleito Paulo Muacho.Aludindo à estratégia várias vezes referida pelo porta-voz do partido Rui Tavares durante a campanha, de não ir buscar votos à esquerda, Paulo Muacho afirmou que “era essencial ir buscar votos à direita”, alertando porém para “uma maioria constitucional” de direita, que pode vir a fazer uma nova revisão da Constituição. “A situação é extremamente perigosa, principalmente quando Luís Montenegro ainda não afastou essa hipótese”, avalia. Para além disto, insistindo no plano seguido pelo partido, Paulo Muacho assume a sua bancada como sendo “utópica”. “A verdade é que essa utopia é que mobiliza as pessoas para essas ideias de futuro e não simplesmente estarmos a discutir as décimas do défice ou os pontos percentuais do IRC ou do IRS", garante. Questionado sobre se terá roubado votos à esquerda, o deputado lembra que “o PS teve menos de 365 mil votos, o BE teve menos 154 mil, o PCP menos 21 mil, o PAN menos 37 mil.” “O Livre teve mais 50 mil votos, portanto, certamente não foi o LIVRE que captou estes quase meio milhão de votos.”.Qual é a nova configuração do parlamento português?.Como correram as eleições, círculo a círculo, a todos os partidos