Tiago Mayan Gonçalves contesta decisão de o expulsar da IL "custe o que custar"
A comissão julgadora do Conselho de Jurisdição da Iniciativa Liberal concluiu o processo disciplinar de Tiago Mayan Gonçalves, tendo deliberado pela sua expulsão do partido. O fundador desse partido, que foi candidato presidencial em 2021, reagiu à decisão com um comunicado no qual alega que ainda decorre o prazo para recurso para o plenário do Conselho de Jurisdição do partido, após o qual haverá ainda a possibilidade de impugnação judicial.
Tiago Mayan demitiu-se da presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde depois de assumir ter falsificado assinaturas dos membros do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo e do orçamento colaborativo, que implicavam a transferência de verbas da Câmara do Porto para a União de Freguesias, alegando tê-lo feito para que não se falhassem os prazos.
A demissão do cargo autárquico levou, entretanto, a que Tiago Mayan Gonçalves tenha desistido da candidatura à presidência da IL, afastando-se também da liderança do movimento Unidos pelo Liberalismo, lançado em abril do ano passado como uma forma de congregar a oposição interna a Rui Rocha.
Num comunicado enviado para as redações nesta quarta-feira, horas depois de o partido divulgar a sua expulsão, Tiago Mayan Gonçalves "denuncia a postura assumida pelo partido na publicitação da decisão adotada em primeira instância", acrescentando que os seus responsáveis não podem desconhecer que a decisão é provisória. E diz que o processo disciplinar e a decisão "já estariam definidos à partida", pelo que a apresentação da sua defesa "terá assumido um carácter meramente formal".
"Vejo-me compelido a concluir que os argumentos aduzidos em sede de defesa não terão sido objeto de uma ponderação substancial, estando o desfecho já predeterminado, em conformidade com as intenções publicamente anunciadas por representantes da estrutura partidária", disse o ex-presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, aludindo ao facto de o presidente da IL, Rui Rocha, ter dito, em novembro de 2024, que a consequência do procedimento disciplinar, na sequência de notícias que "imputam condutas inaceitáveis ao senhor Tiago Mayan", poderia ser "obviamente" a expulsão.
Quanto à possibilidade de vir a recorrer da decisão do Conselho de Jurisdição da IL Tiago Mayan Gonçalves confirma a intenção de "prosseguir com as diligências adequadas perante instâncias, internas ou externas, com legitimidade para decidir", indiciando que pode recorrer aos tribunais. E reforça críticas à "narrativa única que, até ao momento, tem sido mediaticamente perpetrada", alegadamente com o objetivo "previamente definido de me afastar do partido, custe o que custar".