Líder da Iniciativa Liberal admite "obviamente" expulsão de Tiago Mayan
O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, disse nesta sexta-feira que a expulsão do partido poderá "obviamente" ser a consequência do procedimento disciplinar aberto contra Tiago Mayan Gonçalves, após o ex-candidato presidencial ter admitido a falsificação de assinaturas em documentos da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, de que era presidente, tendo-se demitido desse cargo nesta quarta-feira.
"Quero manifestar o repúdio total pelos factos de que tivemos conhecimentos e que são imputados a Tiago Mayan", disse Rui Rocha, numa visita à Batalha, respondendo a perguntas de jornalistas sobre as consequências da demissão do autarca liberal, eleito nas listas do movimento independente de Rui Moreira que conquistou a Câmara do Porto.
Tal como o DN noticiou na quinta-feira, Tiago Mayan demitiu-se depois de assumir ter falsificado assinaturas dos membros do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo e do orçamento colaborativo, que implicavam a transferência de verbas da Câmara do Porto para a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, alegando tê-lo feito para que não se falhassem os prazos.
Rui Rocha disse que as notícias de que teve conhecimento "imputam condutas inaceitáveis ao senhor Tiago Mayan", pelo que foi de imeadiato iniciado um processo disciplinar "no sentido de apurar as responsabilidades e as consequências que uma conduta desta natureza tem".
"Ninguém está acima da lei. Muito menos alguém que tem responsabilidade de cargos públicos", disse o presidente da IL, acrescentando que "havendo possibilidade de atos de relevância criminal, as autoridades judiciais devem fazer o seu trabalho de investigação".
A demissão do cargo autárquico levou, entretanto, a que Tiago Mayan Gonçalves tenha desistido da candidatura à presidência da IL, afastando-se também da liderança do movimento Unidos pelo Liberalismo, lançado em abril como uma forma de congregar a oposição interna a Rui Rocha.