Rita Matias revela acordo entre as partes no caso da divulgação de nomes de crianças
Foto: Paulo Spranger

Rita Matias revela acordo entre as partes no caso da divulgação de nomes de crianças

Deputada do Chega explicou que "houve um acordo estabelecido entre as partes", mas que "este processo é confidencial, uma vez que se trata de menores e de proteção dos seus direitos"
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A deputada do Chega, Rita Matias, já foi ouvida pelo Ministério Público (MP) no âmbito da polémica divulgação de nomes de crianças estrangeiras nas redes sociais e revelou que as partes envolvidas chegaram a um acordo.

A também candidata à Câmara Municipal de Sintra explicou, à saída do Palácio da Justiça, em Lisboa, que "houve um acordo estabelecido entre as partes", mas que "este processo é confidencial, uma vez que se trata de menores e de proteção dos seus direitos" e, por isso, não pode "revelar em demasia aquilo que aconteceu".

"Ficou expresso que somos pessoas de bem. O que nos move é uma defesa de Portugal, dos portugueses. Portugal primeiro, os portugueses primeiro", acrescentou, ladeada por Pedro Frazão.

Segundo a deputada, "houve uma procura, por parte do tribunal, de salvaguardar a liberdade de expressão mas também a proteção de menores". "Isso deixa-me tranquila. Muitas vezes vamos vendo, pelo país e pelo mundo cada vez mais censura e repressão aquilo que é o discurso político. E isso deixa-me satisfeita, vitoriosa, porque hoje não era a Rita Matias que estava sentada em tribunal, era sobretudo as mães portuguesas que têm perdido o seu trabalho por falta de vagas nas creches. As famílias portuguesas que querem poder ter os seus filhos a frequentar a creche pública que lhes foi prometida e parece-me que estamos a dar passos no sentido certo", prosseguiu.

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Rita Matias disse que não está "autorizada" a responder "em concreto o que é que vai acontecer" na sequência deste caso, mas revelou que voltaria a fazer o mesmo.

"O que ficou bastante claro em tribunal é que foi um exercício de retórica política para provar um ponto. O Chega diz que as crianças portuguesas estão a ser penalizadas no acesso a creches em função dos critérios que estão definidos e que permitem, que sim, por uma questão demográfica e socioeconómicas, imigrantes passem à frente nesse acesso", frisou, salientando que "a única referência local, geográfica" que fez foi dizer que foi em Lisboa, onde há "entre 300 a 500 turmas que podiam ser elegíveis". "Por isso sim, voltaria a fazê-lo", atirou.

Rita Matias disse sair satisfeita do tribunal e que sairia preocupada se houvesse algum tipo de condenação.

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“Aquilo que era pedido - para me retratar publicamente - não era meramente para prevenir algum dano em particular a algum dos menores, era sim um cunho político que prejudicaria a minha ação. Recordemo-nos que estamos num processo de candidatura autárquica, eu sou candidata, que perdi uma manhã de campanha para poder estar aqui presente no tribunal e ainda bem que o tribunal teve tudo isso em consideração”, disse.

A divulgação da lista de nomes de crianças estrangeiras matriculadas numa escola em Lisboa levou também o Ministério Público a abrir um inquérito criminal a André Ventura e Rita Matias.

Na sequência da divulgação da lista, dirigentes associativos, partidos políticos e cidadãos anunciaram publicamente que iriam apresentar queixa contra o facto de o Chega ter divulgado nomes de origem estrangeira de crianças que frequentam uma escola portuguesa.

A propósito desta divulgação, e depois de várias queixas, a Comissão Nacional de Proteção de Dados anunciou a 16 de julho que abriu um processo de averiguações. O organismo presidido por Paula Meira Lourenço irá avaliar o caso, e caso seja dada razão às queixas, por violação do Regime Geral de Proteção de Dados (RGPD), os visados poderão ter de pagar uma multa.

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