Enquanto ainda decorre o apuramento sobre os 60 votos que não foram contados na freguesia de São Domingos de Benfica e que poderiam dar mais um vereador comunista à Câmara de Lisboa, caso o resultado seja nesse sentido, o líder do PCP, Paulo Raimundo, garantiu esta terça-feira (14 de outubro) que o partido não pediu nenhuma recontagem, deixando seguir o curso normal nestas circunstâncias.“Não há ninguém do PCP que tenha pedido a recontagem dos votos. O procedimento está a andar, vamos ver o que vai acontecer”, insistiu Paulo Raimundo na sede do partido, em Lisboa, enquanto fazia um balanço das autárquicas, que, vincou, foi “um sinal de resistência”.A CDU (PCP-PEV) conseguiu 316.271 votos no domingo (5,74%), o que valeu à coligação entre comunistas e Verdes a liderança de 12 câmaras - seis com maioria absoluta -, o que significa uma redução de sete câmaras face às eleições de 2021, quando conseguiu 8,21% (410.666).Vincando conquistas autárquicas, como Sines, Mora, Montemor-o-Novo e Aljustrel, Raimundo, questionado se não teria sido uma melhor estratégia convergir com outras forças de esquerda - como aconteceu na coligação para Lisboa, entre PS, BE, Livre e PAN -, considerou apenas que “a soma das parte nem sempre dá mais, e foi o que aconteceu”.Sugerindo que “há um certo esforço de alguma desvalorização” relativamente à coligação entre o PCP e PEV, Paulo Raimundo lembrou que a união destes dois partidos tem “1500 eleitos no país”. “Queríamos ter mais”, assumiu, antes de justificar a estratégia. “É um projeto que é revisto, mas que tem linhas fundamentais”, afirmou, enquanto explicava que a CDU, para além dos dois partidos, tem “12 mil independentes”.“Qual é a força que tem mais independentes que a CDU? Nenhuma”, perguntou e respondeu, de forma retórica.Admitindo que os comunistas estão “muito confortáveis com a solução” que têm, Raimundo estabeleceu como objetivo imediato uma “grande luta” contra o “pacote laboral” do Governo, que, analisou, trará “mais precariedade”, “despedimentos sem justa causa” e “desregulação dos horários de trabalho”.“Dia 8 de novembro, todos os que forem contra o pacote laboral têm de vir para a rua”, apelou, evocando uma “marcha nacional” convocada pela CGTP, em Lisboa. “O que conta é a força na rua”, acrescentou o líder comunista, concluindo que “é para isso” que é preciso unidade..A derrota do PS na capital: lisboetas preferiram PS nas freguesias à aliança com Bloco na câmara municipal.A última junta comunista de Lisboa resiste. Ainda e sempre?