Proibição da burca. Marcelo Rebelo de Sousa não se pronuncia, para já
REINALDO RODRIGUES

Proibição da burca. Marcelo Rebelo de Sousa não se pronuncia, para já

Presidente da República vai esperar pela versão final do projeto lei. Rio não entende polémica e António Filipe considera decisão da AR “gravíssima”.
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Marcelo Rebelo de Sousa prefere não se pronunciar, para já, sobre a constitucionalidade do projeto lei sobre a proibição do uso de burca em espaços públicos. “Vou ter de esperar para ver. Não queria, sobre essa matéria, estar a formar uma opinião porque queria ver a versão final. Quero sempre ver a versão final das leis da Assembleia”, disse à SIC o Presidente da República, classificando a lei como “um confronto de valores”, num País que tem agora uma maioria política “mais restritiva” para a imigração.

O projeto lei foi proposto pelo Chega e aprovado na generalidade com votos a favor do PSD, Iniciativa Liberal e CDS, votos contra do PS, Livre, PCP e Bloco de Esquerda e abstenção do PAN e JPP. A Ordem dos Advogados e o Conselho Superior do Ministério Público alertaram para a possível violação de princípios constitucionais, mas o Presidente da República diz que só formará opinião quando conhecer a versão final.

A questão é fraturante. Este domingo, dia 19 de outubro, na rede social X, o antigo presidente do PSD e agora mandatário da candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo, Rui Rio, confessou não entender “a polémica em torno da proibição do uso da burca em espaços públicos”, medida que considerou ser “de elementar bom senso” face aos “valores culturais e civilizacionais” de Portugal.

Marques Mendes, outro candidato a Belém, também já disse concordar com a proibição e recusou que seja um ataque aos imigrantes.

Já o candidato comunista às eleições presidenciais, António Filipe classificou como “gravíssimo” para as mulheres a proibição da burca em espaços públicos. “As mulheres que por razões religiosas usem a burca em Portugal, sendo proibidas de sair à rua, vão ficar em casa. Portanto, a repressão sobre essas mulheres aumentará, em vez de diminuir”, disse este domingo.

Para o líder do Chega, proponente deste projeto lei, o objetivo é obrigar “quem chega a Portugal, acima de tudo, a cumprir, respeitar e fazer respeitar os costumes e os valores deste país”, defendeu o também candidato presidencial André Ventura, no debate de abertura da discussão do projeto de lei, que ainda terá de ser votado na especialidade.

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