Marques Mendes é o primeiro candidato oficial na corrida a Belém, prevista para janeiro de 2026
Marques Mendes é o primeiro candidato oficial na corrida a Belém, prevista para janeiro de 2026Foto: José Coelho/Lusa

Presidenciais. PSD anuncia apoio a Marques Mendes que quer aproveitar embalagem

Abrangência na Comissão de Honra, que tem um ex-secretário de Estado de António Costa, não impede que procure concentrar apoios entre sociais-democratas.
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O primeiro-ministro ontem indigitado, Luís Montenegro, anunciou à noite o apoio do partido à candidatura de Luís Marques Mendes a Belém.

“Temos alguém do nosso espaço político, que é um anterior presidente do PSD, uma pessoa altamente qualificada, que nós conhecemos muito bem e que o país também conhece bem”, afirmou Montenegro na reunião do Conselho Nacional do PSD, dizendo que o ex-comentador tem “as características muito adequadas ao exercício da função”. “Uma delas até nem é propriamente a mais agradável para o PSD: é que nem sempre concorda com o PSD.”

Marques Mendes até já recebeu apoio de outros ex-líderes sociais-democratas: Manuela Ferreira Leite referiu-se-lhe como “candidato natural do PSD à Presidência” e, segundo o Expresso, Pinto Balsemão presidirá a sua Comissão Política.

Apesar disso, Mendes tem estado focado na abrangência da Comissão de Honra, presidida por Miguel Poiares Maduro, e com o cavaquista Silva Peneda na Concertação Social, e o conselheiro nacional do PSD (e presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos), Gonçalo Matias, a coordenar a Imigração e Demografia. Tal como figuras conotadas com outros partidos, como Raquel Vaz Pinto (Europa, Segurança e Defesa), Pedro Brinca (Economia) e José Gomes Mendes (Ambiente e Sustentabilidade), que foi secretário de Estado em dois governos de António Costa.

Mais dúbia é a posição do CDS, onde ainda há esperança numa candidatura de Paulo Portas.

Carneiro desafia presidenciáveis a avançarem

A menos de oito meses das eleições, nenhum dos presumíveis presidenciáveis da área socialista anunciou a candidatura e a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa aparenta ser secundária para o PS quando existe a necessidade de reverter o desaire das legislativas com uma vitória nas eleições autárquicas, que vão ser disputadas entre o final de setembro e o início de outubro.

Apesar de António José Seguro, António Vitorino e Augusto Santos Silva serem tidos como possíveis candidatos, e o primeiro a manter agenda de pré-campanha, embora muito impactada pela dissolução da Assembleia da República e pelas eleições antecipadas, o até agora único candidato declarado a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, tem optado por se distanciar desse dossier.

“Quem decidir ser candidato deve avançar e os órgãos do partido reunirão, avaliarão e decidirão quem apoiar”, disse Carneiro, na noite de quarta-feira, em entrevista à RTP3, escudando-se numa deliberação da Comissão Nacional do PS realizada ainda durante a liderança de Pedro Nuno Santos, que também nunca se comprometeu com nenhum dos protocandidatos ao cargo exercido por ex-presidentes do PSD ao longo das últimas duas décadas.

Apesar do “imenso respeito e consideração” para com Seguro, Vitorino e Santos Silva, o provável futuro secretário-geral do PS recusou-se a revelar quem é o seu favorito. José Luís Carneiro disse apenas que a decisão final “será aquela que melhor preservar a unidade do PS”, o que permite todo o tipo de interpretações, pois qualquer um dos três tem a sua quota-prate de anticorpos no partido. Com a particularidade de Seguro, que fez uma “travessia do deserto” durante a liderança de António Costa, ser quem mais tem procurado reunir apoios e fazer intervenções públicas.

Ventura afasta-se e outros "congelam"

A crise política gerada pelo caso Spinumviva e as alterações no panorama político tiveram efeitos adversos em algumas candidaturas presidenciais anunciadas no início deste ano. Sobretudo a de André Ventura, cuja apresentação esteve agendada para o Mosteiro dos Jerónimos, com expectativas de forçar a segunda volta com Gouveia e Melo, mas passou para segundo plano logo após a dissolução da Assembleia da República.

Nesta quinta-feira, ao ser recebido em audiência no Palácio de Belém, Ventura disse que o Chega deve ter um candidato presidencial próprio, mas que se encontra focado no papel de líder da oposição.

Quanto a Mariana Leitão, cuja candidatura presidencial foi anunciada em fevereiro, na Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, tudo ficou “congelado” com as legislativas. E o mesmo se aplica a outros partidos, que ainda não anunciaram a quem irão dar apoio.

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