José Luís Carneiro
José Luís Carneiro Leonardo Negrão

Presidenciais. José Luís Carneiro e António José Seguro afinam ideias em reunião esta segunda-feira

É o primeiro encontro em Lisboa divulgado publicamente entre secretário-geral socialista e candidato à Presidência da Repúlica desde o apoio à candidatura.
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José Luís Carneiro e António José Seguro vão encontrar-se esta segunda-feira, em Lisboa, a meio da tarde. É o primeiro encontro em Lisboa divulgado publicamente entre secretário-geral socialista e candidato à Presidência da Repúlica desde o apoio à candidatura.

O PS tornou oficial o apoio ao ex-líder do partido após as Autárquicas, questionando as federações antes dessa mesma decisão. O nome de Seguro foi elogiado por muitas destas, a larga maioria, e o resultado eleitoral reforçou a convicção de que a base socialista pelo país, com vitórias importantes em Viseu, Bragança, Évora e Coimbra, por exemplo, tinham em Seguro nome inequívoco.

A 19 de outubro foi então decidido o apoio em Comissão Nacional, mas os caminhos não se têm cruzado. Apenas na caravana pelo país, foram trocadas, brevemente, algumas ideias. Até porque António José Seguro quis reforçar sempre a ideia de independência, deixando claro ser um candidato com objetivo agregador, que não se limitasse às esferas do partido.

Passados os debates e com curtos apelos ao voto útil até aqui, é notório que Seguro passou a assumir-se como de esquerda publicamente e as subidas nas sondagens, que o dão na luta pela chegada à segunda volta, terão, como o DN adiantou, um apoio mais musculado do PS. Até aqui, o próprio candidato preferiu manter-se à margem, até porque os trabalhos parlamentares, com Orçamento do Estado como tarefa maior, ocuparam Carneiro.

Ainda assim, tal como o nosso jornal também referiu, foi sempre claro para Carneiro - que agora perfaz seis meses à frente do PS - que o peso do partido atrás de Seguro, que é sabido e distribuído pelo poder local em ações de campanha, não deve ser mais valorizado do que o próprio candidato.

No dia 10 de dezembro, Carneiro teve o primeiro grande elogio público a Seguro. Defendeu que ficara "claro" sobre quem reúne as melhores condições para ser Presidente da República. "Quem mostrou essas qualidades e esse perfil presidencial foi o candidato António José Seguro, candidato do PS", vincou. “Considero mesmo inadequado que um outro candidato presidencial se tenha arvorado como candidato do PS”, disse, criticando Gouveia e Melo.

Na semana seguinte, Carneiro não marcou presença num encontro em Lisboa, mas enviou um vídeo em que lhe espelhou o apoio. O líder do PS enfatizou que estará presente na campanha “sempre e nos momentos” em que António José Seguro “considerar oportunos” e considerou que “todo partido se deve mobilizar para a sua candidatura”. “A candidatura do António José Seguro é essencial para o equilíbrio político do nosso sistema democrático”, disse.

O presidente honorário Manuel Alegre, o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, os ex-ministros Fernando Medina, Alexandra Leitão, Duarte Cordeiro e Adalberto Campos Fernandes, e os antigos deputados João Soares, Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto ou João Soares, entre outros, são dos maiores apoiantes de Seguro. Ana Gomes, ex-candidata presidencial, também demonstrou estar ao lado do natural de Penamacor.

Nas fileiras do Parlamento, até aqui só Isabel Mayer Moreira disse, publicamente, estar ao lado de Catarina Martins. Mariana Vieira da Silva, apontada anteriormente a um possível lugar de liderança do partido, questionou a escolha em outubro. "Ao longo dos últimos meses, em vários momentos, houve alternativas mais positivas do que de António José Seguro. Enquanto houve outros caminhos para trilhar, havia uma situação. Neste momento, não há alternativas a este apoio", disse, considerando, porém, "natural" o apoio do PS.

Tal como o DN noticiou, a argumentação do voto útil à esquerda é uma das estratégias por parte do partido para este aproximar de reta final de campanha. Manifestando-se indisponíveis para abdicar em prol de Seguro, o PS não tem tido qualquer contacto junto de PCP, Bloco de Esquerda ou Livre para promover uma desistência das candidaturas de António Filipe, Catarina Martins ou Jorge Pinto.

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