Ana Gomes foi figura central nas Presidenciais de 2021. Na altura não teve apoio formal do Partido Socialista no embate contra Marcelo Rebelo de Sousa. Posicionada à esquerda, como diz ao DN, afirma que António José Seguro tem o seu apoio e que há um largo espetro que o pode encaminhar à segunda volta. “É um homem decente, com os valores certos, os valores da justiça social, da democracia, do socialismo. Mesmo sendo de esquerda, eu que prefiro a esquerda, tenho todo o gosto em estar aqui com António José Seguro. Há cerca de dois anos eu própria lhe disse que ele devia ser o nosso candidato”, precisou ao Diário de Notícias após a apresentação do livro biográfico sobre o candidato que tem, desde 19 de outubro, apoio de José Luís Carneiro. Sendo sabido que há personalidades do PS que pedem a outras candidaturas de esquerda para abandonarem corrida eleitoral, Ana Gomes prefere não encaixar Seguro como o representante da esquerda. O próprio tem, sucessivamente, rejeitado esse rótulo. “Mostrou que, não negando nada do seu passado militante como socialista, é independente, com a capacidade para dialogar com todos os quadrantes e é exatamente o tipo de perfil que precisamos para a Presidência”, diz Ana Gomes, acrescentando acreditar que “a segunda volta seja inevitável, no atual contexto, porque há também muita fragmentação à direita”, e vincando que “o mais importante é que Seguro reúna largo espetro de apoios.” Ana Gomes alcançou quase 13% de votação em 2021. Foi a mulher mais votada de sempre em corridas presidenciais, mas ficou claro que a falta de apoio do PS a condicionou. “Tenho muito agrado que, finalmente, o PS tenha tomado a decisão certa, de apoiar um candidato que foi dirigente do partido, que honra pelo seu trajeto”, analisa, lembrando que em 2021, antes dos mais de 500 mil votos que teve nas urnas, recebeu apoios decisivos vindos das federações, mesmo sem a declaração formal do secretário-geral António Costa. “A máquina do PS, as distritais, não tenha a mais pequena dúvida de que estão a trabalhar com Seguro e já o estavam a fazer. Em 2021, sem ter o apoio do PS, senti que parte do partido se mobilizou. Isso foi decisivo para as assinaturas [7500].”Por fim, a antiga eurodeputada, várias vezes crítica de certas decisões do partido, não considerou tardio o apoio a Seguro. “Não foi demasiado tempo. Achei que era o timing certo para o PS tomar uma decisão, uma vez que existiram Autárquicas. Felizmente, não demorou mais tempo em afirmar o apoio, aliás com uma votação esmagadora. Foi uma resposta para aqueles que procuravam diminuir as capacidades de Seguro”, finaliza em defesa a José Luís Carneiro.O DN soube que Luís Parreirão, ex-secretário de Estado, está com Seguro e irá manifestar essa intenção nos próximos dias. Ricardo Sá Fernandes, ex-vereador em Lisboa e militante do Livre, também anunciou apoio, juntando-se ao coro de vozes que pedem que Jorge Pinto, Catarina Martins e António Filipe abdiquem da candidatura para que Seguro chegue à segunda volta. .Presidenciais 2026. António José Seguro diz que salvar o SNS é a "prioridade das prioridades".Ex-candidatos presidenciais Ana Gomes e Manuel Alegre ao lado de Seguro