Petição pública apela a Luís Montenegro para voltar atrás e manter José Cesário no Governo
Um grupo ligado a associações e entidades representativas dos portugueses no estrangeiro lançou um abaixo-assinado online que pede ao primeiro-ministro Luís Montenegro para reconduzir José Cesário como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Trata-se de um cenário praticamente impossível, pois o até agora secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, tomou posse na passada sexta-feira, substituindo o também social-democrata Cesário. Contactado pelo DN, este último não comentou a iniciativa.
Disponível no site Petição Pública, onde na manhã desta segunda-feira recolhera 272 assinaturas, o abaixo-assinado das associações e entidades, que dizem representar "milhares de cidadãos lusodescendentes e portugueses residentes fora do território nacional", expressa "profunda preocupação, inconformismo e repúdio" perante a exclusão de José Cesário do XXV Governo Constitucional. Eleito nas legislativas de 18 de maio como cabeça de lista da AD pelo círculo de Fora da Europa, deverá agora assumir o seu mandato na Assembleia da República.
Para os promotores do abaixo-assinado, o até agora governante é "uma das figuras mais comprometidas com a defesa das comunidades portuguesas no estrangeiro" e, ao longo de "décadas de experiência e atuação marcada pela proximidade, diálogo e resultados", destacou-se por uma "dedicação incansável aos emigrantes portugueses, com especial atenção às associações, ao ensino da língua e à promoção da cultura".
"A sua ausência representa uma perda grave para a continuidade das políticas que vinham sendo desenvolvidas com seriedade, eficácia e conhecimento profundo das realidades locais", defendem os autores do abaixo-assinado. De igual forma, expressam "inconformismo" com a saída do deputado Flávio Martins, que na legislatura anterior substituiu Cesário no Parlamento, considerando que a sua voz "tem diso essencial na defesa dos interesses da diáspora e, em particular, do avanço do voto eletrónico como ferramenta crucial para combater a baixíssima taxa de participação eleitoral".
Segundo os autores do texto, que se dirigem ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a substituição "enfraquecem a confiança dos emigrantes nas instituições da República e compromete a representação de milhões de portugueses no exterior".