O “excesso de velocidade” que Pedro Duarte, o ministro dos Assuntos Parlamentares, diz existir na “antecipação de momentos que são momentos naturais” - o anúncio de candidatos às Presidenciais -, sem criticar a decisão de Marques Mendes, corresponde às dúvidas de dirigentes socialistas ouvidos pelo DN sobre a “possibilidade” de no sábado, dia 8, ser “revelado” o apoio ao nome que a “direção do partido” quer apoiar [António Vitorino] de forma a travar as intenções de António José Seguro - que, como já garantiram ao DN fontes próximas, “vai mesmo avançar”.Dizendo não ter “nenhuma preferência”, Pedro Nuno Santos garantiu ontem que “nós” - sem clarificar o alcance do plural - “faremos aquilo que estiver ao nosso alcance para que haja apenas um candidato” - também sem explicar como -, insistindo na ideia de ser “desejável que haja apenas um candidato da área socialista”.Porém, o “alcance” fica reduzido dado que, reconheceu, aquilo que depende de nós é a decisão de apoiar um candidato, já não depende de nós garantir que só haja um candidato”.A certeza, disse Pedro Nuno Santos, é que o “PS não ficará desunido” neste processo e que o partido “não fará aquilo que fez, por exemplo, a IL este fim de semana, em que a IL anuncia o seu candidato. O PS não vai anunciar o seu candidato, anunciará o apoio a um candidato”. A 6 de janeiro de 2024, no Congresso socialista, Pedro Nuno Santos prometeu que “PS apoiará um candidato como há muito tempo não faz, honrando os melhores Presidentes da República que Portugal já teve: Mário Soares e Jorge Sampaio” e meses depois, a 23 de agosto, evoluiu do “apoiar” para o “ter”. “O que é claro para nós é que o Partido Socialista, ao contrário do que aconteceu nas duas últimas eleições, vai ter e vai apoiar um candidato”, garantiu nesse dia o secretário-geral socialista, acrescentando que “nós não vamos para Eleições Presidenciais sem uma posição definida”. Ao DN vários dirigentes socialistas revelaram, nos últimos dias, dúvidas sobre a “pressa” em conseguir a “disponibilidade” de António Vitorino ou como já disse Eurico Brilhante Dias: “Esta procura a toda a velocidade de encontrarmos um perfil que encaixa no nome António e acaba em 'ino', talvez não seja a melhor maneira de resolver o problema”.No entanto, em sentido contrário, outros defendem que até sábado esse nome deveria ser conhecido. Ao DN, Francisco César já disse que “qualquer que seja o candidato seria ideal e útil que esclarecesse de forma clara as intenções” de uma candidatura a tempo da Comissão Nacional de sábado, dia 8. Porém, nada disso vai acontecer. António José Seguro já disse, há dias, que só na Primavera ou Verão é que revelará asua decisão. António Vitorino, revelou o Expresso, também não vai clarificar a sua posição a tempo da reunião dos socialistas. Luís Montenegro, que acredita nas capacidades de Marques Mendes e que desvalorizou ontem os cenários traçados pela sondagens, tem a certeza de que “não há nenhuma dessas candidaturas que esteja perto de obter metade dos votos mais um, ou seja, que haja um desfecho à primeira volta”.Antes das Eleições Presidenciais, em janeiro de 2026, ainda haverá Eleições Autárquicas em setembro deste ano e a votação do OE2026, em novembro.