O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho juntou-se à campanha eleitoral para as autárquicas, especificamente para ações com a candidata do PSD à Câmara da Amadora, Suzana Garcia, e o pretendente à liderança da Câmara de Sintra pela coligação entre PSD, IL e PAN, Marco Almeida. Passos Coelho, ontem, enquanto lembrava que estava afastado da política prática, justificou a sua presença nestas ações por estarem reunidas condições “muito específicas” e deixou um aviso aos candidatos a autarcas sociais-democratas face à “dimensão” que o Chega tem ganhado: “Estamos em democracia e temos que trabalhar em conjunto com os que forem eleitos. As linhas vermelhas são ditadas pela consciência e devem estar relacionadas com coisas muito particulares, especiais e graves.”Por outro lado, questionado sobre como encara estes avisos deixados pelo antigo governante, que inclui recomendações para eventuais alianças, caso haja municípios ganhos sem maioria, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou tudo como “ruído”, que, numa resposta direta aos jornalistas, quis afastar da campanha.“Não vale a pena quererem introduzir ruído no nosso foco. É ruído, é ruído completo, porque nós estamos focados em dar soluções aos problemas que as pessoas querem, em cada freguesia, ver resolvidos”, afirmou.Ontem, durante uma ação em Évora, Montenegro revelou uma medida incluída na proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), que passa por aumentar o Complemento Solidário para Idosos no próximo ano para mais 40 euros. Questionado sobre se iria anunciar mais medidas do OE2026, o primeiro-ministro disse que o documento “está aprovado e será apresentado esta semana à Assembleia da República e partilhado com o país”, no entanto, ressalvou que “a obrigação do Governo é apresentar publicamente as suas decisões”.“O facto de algumas pessoas poderem dizer que a sua apresentação tem uma vertente eleitoralista significa que se reveem no conteúdo do orçamento, porque só é eleitoralista aquilo que agrada aos eleitores”, rematou.André Ventura defendeu que deve haver “um aumento estrutural de pensões”, mas que essa “é uma questão para o Orçamento do Estado, e não para a discussão autárquica”. Por este motivo, o líder do Chega afirmou que o anúncio de Montenegro em Évora “faz do Governo uma espécie de ator de populismo e de eleitoralismo autárquico, e isso não é positivo”.Também o líder do PS disse ontem ter já chamado “a atenção” para, durante o período de campanha, se começar a “assistir a uma descarada falta de isenção, de imparcialidade, de independência naqueles que hoje são titulares das mais importantes funções políticas”..Carneiro acusa primeiro-ministro de ter ido para “os braços da extrema-direita”.Lei laboral. José Luís Carneiro adverte primeiro-ministro que pessoas não são linhas vermelhas