Inês de Sousa Real tem a reeleição como porta-voz do PAN muito encaminhada. Isto porque o prazo para a apresentação de listas de delegados ao congresso já terminou e só a lista encabeçada pela atual líder apresentou delegados, num total de 54, em Lisboa, e 39, no Porto, entre efetivos e suplentes. Sendo Lisboa e Porto os dois principais círculos eleitorais do partido, é previsível que Sousa Real permaneça no posto máximo do PAN, que ocupa desde 2021.Ao DN, Inês de Sousa Real respondeu a algumas questões. Pela primeira vez depois das críticas que lhe vão sendo feitas e da tentativa de impugnação dos resultados do Congresso via Tribunal Constitucional, a porta-voz justificou que “a aprovação do regulamento de funcionamento do Congresso é feita pela Comissão Política Nacional, pelo que a decisão sobre quem pode concorrer compete à CPN”, e que “desde 2013 a representação em Congresso se faz através de delegados”. A queixa da oposição quanto a “alegadas comissões inativas” leva a porta-voz a lembrar que “compete às Comissões Políticas, e não às Assembleias, a organização da eleição de representantes ao Congresso Nacional, o que significa que nem esta direção, nem qualquer outra poderia decidir em sentido diferente do que está previsto nos estatutos em vigor, que datam de 2019 e foram promovidos pela anterior direção.”Nesse sentido, rejeita, portanto, uma facilitação às oposições, sob pena de “violação de estatutos”. E relembra que em Braga houve “assembleia distrital convocada para 19 de julho, não tendo sido apresentada qualquer lista”, mas que “nas regiões onde existe comissão política concelhia esses filiados vão estar representados”, como é o caso dessa mesma concelhia.A viseense Carolina Pia anunciou-se como candidata ao cargo de porta-voz, mas corre o risco de ser inelegível por pertencer a uma região inativa. Sousa Real relembra que “em Viseu e Santarém foram os próprios membros que se demitiram, em maio do ano passado, cessando de imediato as suas funções”, garantindo “esforços para que se tivessem realizado novas eleições e para que participassem do processo eleitoral autárquico.”Carolina Pia tem lista à Comissão Política Nacional, houve entrega de lista ao Conselho de Jurisdição Nacional, mas assume: “Não marcaremos presença dia 20 de dezembro, tendo em conta que quase dois terços do país estão impedidos de participar”. “[Pelo] facto de o Congresso ter sido marcado com tão pouca antecedência e perante a necessidade de apresentar uma lista com 54 pessoas, não foi possível uma lista ao coletivo. Também no Porto, onde muitas pessoas se têm vindo a desfiliar, se viu a mesma dificuldade”, disse ao DN, acrescentando: “Da forma como as regras estão feitas, este Congresso, não sendo impugnado pelo Tribunal Constitucional, será apenas um evento para formalizar uma renovação da Direção, que parece temer a verdadeira pluralidade de vozes”. .Carolina Pia assume que não estará no congresso de dia 20: “Será um evento para formalizar uma direção que teme a pluralidade de vozes.”Congresso de dia 20.Inês Sousa Real recandidata-se à liderança do PAN: congresso que era pedido gera agora críticas.PAN. Pedro Fidalgo Marques apoia candidatura de Inês de Sousa Real