Pacheco Amorim admite que deputados do Chega podem ter travado a sua eleição
Diogo Pacheco Amorim reconheceu esta quarta-feira, 4 de junho, a possibilidade de ter sido travado por outros deputados do próprio partido na votação para a vice-presidência da Assembleia da República. O deputado do Chega falhou a eleição por apenas um voto e admitiu, em entrevista à Rádio Observador, que “dois ou três deputados” do partido podem não ter votado a seu favor.
“É muito difícil dizer... Não afasto que dois ou três deputados do meu partido possam não ter votado. Já sete ou oito é impensável”, afirmou, contrariando de alguma forma a versão do líder do partido, André Ventura, que na terça-feira culpou os outros partidos por uma alegada “traição pelas costas”.
Com 115 votos favoráveis — um a menos do que os 116 necessários —, Pacheco Amorim ficou aquém do necessário para assumir o cargo de vice de Aguiar-Branco, atual presidente da Assembleia da República. A derrota repete o cenário de há um ano, quando também falhou a eleição na primeira tentativa, antes de ser aprovado como um dos vice-presidentes.
Este episódio expõe uma possível fissura na disciplina interna do Chega, agora o segundo maior partido do Parlamento. A hipótese ganhou força após a recusa do próprio Chega em repetir a votação, na terça-feira, apesar da proposta do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, de realizar novo sufrágio imediatamente após o resultado.
Soares assegurou que todos os deputados sociais-democratas seguiram a indicação de voto e apoiaram o nome proposto pelo Chega, reforçando a ideia de que o problema pode mesmo ter estado dentro da própria casa de Ventura e Pacheco Amorim.
O Chega vai apresentar “novas candidaturas” para vice-presidente e vice-secretário da Assembleia da República, depois de os deputados Diogo Pacheco de Amorim e Filipe Melo terem falhado a eleição, indicou o presidente do partido. E Pacheco Amorim manifestou esta quarta-feira, na Rádio Observador, disponibilidade para voltar a apresentar o seu nome.