Os onze trabalhos de Carla Tavares, a nova líder dos socialistas da grande Lisboa
A eurodeputada Carla Tavares foi na noite de sexta-feira eleita presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, sucedendo no cargo a Ricardo Leão, com 70,8% dos votos. Uma vitória clara da antiga presidente da Câmara da Amadora - que tinha o apoio de praticamente todos os presidentes de Câmara e líderes das 11 concelhias da estrutura socialista - sobre o adversário Miguel Prata Roque, apesar deste ter superou as expectativas: obteve o voto de 29,2% dos militantes e ficou à frente em Cascais, Mafra e Vila Franca de Xira.
Carla Tavares chega à liderança da FAUL sabendo que tem um caminho difícil pela pela frente. Lisboa (PSD), Cascais (PSD), Oeiras (o Inovar Oeiras de Isaltino Morais) e Mafra (PSD) são os maiores desafios para os socialistas da FAUL para as autárquicas deste ano, mas o partido, por agora, "não indica" os nomes do candidatos – apesar de, por exemplo, Ricardo Leão já ter anunciado a recandidatura a Loures.
“O trabalho está ser feito e oportunamente serão apresentados” os candidatos, disse ao DN fonte socialista.
Ora, a "demora" de Pedro Nuno Santos na escolha de um nome "vencedor" para a capital parece estar a criar, perante a certeza da recandidatura de Carlos Moedas, "algum desalento", como referem ao DN fontes socialistas, que esperavam ver este processo já "fechado" e com uma coligação com PCP, BE e L que acrescentaria, dizem, mais de 40 mil votos aos 80 mil que o PS obteve nas autárquicas de 2021.
Em Cascais, autarquia que o PS venceu pela última vez em 1997 com José Luís Judas, e que agora sem Carlos Carreiras, que atingiu o limite dos três mandatos, abre-se uma "janela de oportunidade" para um candidato que consiga ultrapassar a distância de quase 25 mil votos que separa PSD/CDS dos socialistas, quem em, 2021 concorreram coligados com PAN e Livre.
Marcos Perestrello, deputado e antigo secretário de Estado da Defesa, é o nome, ainda sem confirmação oficial, que deverá ir a votos contra Nuno Piteira Lopes (PSD), atual vice-presidente da autarquia.
Em Oeiras, a dificuldade tem um nome: Isaltino Morais. A oposição junta, o mais que conseguiu foi alcançar metade da votação obtida pelo movimento liderado pelo autarca que já venceu em 1985, 1989, 1993, 1997, 2001, 2005, 2009, 2017 e 2021.
Em Mafra, o desafio é de quase 14 mil votos de diferença. Em 2021, o PSD ultrapassou os 20 mil. O PS ficou-se pelos 6.684 votos. Hélder Silva, presidente da câmara desde 2013 saiu para o Parlamento Europeu. Hugo Luís assume desde julho a herança social-democrata.
A este lote acresce uma "dificuldade": Sintra, com o fim de ciclo de Basílio Horta (PS). Aqui , Mendonça Mendes, antigo secretário dos Assuntos Fiscais e adjunto de António Costa, surge como o nome "indicado", sem confirmação, para enfrentar Marco Almeida, ex-vice nos tempos de Fernando Seara, que também ainda não garantiu no PSD a sua candidatura.
"Tranquilas" surge a câmara da Amadora, agora liderada por Vítor Ferreira desde a saída de Carla Tavares para o Parlamento Europeu; a de Arruda dos Vinhos que está sob a liderança de Carlos Alves desde que André Rijo saiu em março desde ano; e Odivelas com Hugo Martins a concorrer para o terceiro e último mandato.
"Menos tranquilo" é, dizem fontes do PS ao DN, o cenário na Azambuja onde Silvino Lúcio vai para o segundo mandato; em Vila Franca com Fernando Ferreira também a caminhar para a segunda candidatura; e Loures com a recandidatura de Ricardo Leão.
Nestes três casos, as diferenças para os adversários "não são confortáveis".