Nova líder da IL critica Montenegro por "chamar responsável à direita do caos e do ódio”
A líder da IL, Mariana Leitão, criticou esta segunda-feira, 21 de julho, o primeiro-ministro por associar responsabilidade à “direita do caos e do ódio”, e manifestou preocupação com o funcionamento das urgências hospitalares em agosto.
Em declarações aos jornalistas após ter-se reunido com o conselho de administração do Hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, Mariana Leitão disse ter visto “com alguma apreensão” o facto de Luís Montenegro ter considerado, em entrevista à Antena 1, que o Chega “está a começar a mostrar” maior responsabilidade.
“Eu acho sempre muito complicado nós chamarmos responsáveis à direita do caos, à direita do ódio, à direita que não tem soluções, que não apresenta uma única solução”, criticou.
Mariana Leitão considerou que em causa não está “uma questão de normalização” do Chega, mas antes do que o partido defende, “da forma que defende conforme o que lhe é conveniente, conforme o ‘soundbite’, nunca com propostas concretas que permitam resolver os problemas do país”.
“Aí há uma total e completa ausência de soluções e, portanto, isso é o contrário daquilo que nós achamos que deve ser feito. Devem existir soluções, devem ser apresentadas, discutidas e deve-se pôr o país, de facto, a funcionar com propostas concretas e credíveis”, defendeu.
Sobre a sua reunião com o conselho de administração do Hospital Amadora-Sintra, Mariana Leitão disse que foi “muito produtiva” e manifestou “grande apreensão” com a resposta que as urgências hospitalares vão dar durante o mês de agosto que, frisou, “é sempre um mês crítico”.
“Há uma grande indefinição sobre quais são as urgências que vão estar abertas, qual o serviço com que os portugueses podem contar e isso deve-se, em grande parte, a esta insegurança que existe sobre a disponibilidade de recursos humanos ou não, porque muitas das urgências depende de horas extraordinárias”, referiu, salientando que essa preocupação lhe foi transmitida pelo conselho de administração do Hospital Amadora-Sintra, onde “mais de 50%” das urgências dependem de horas extraordinárias.
A líder da IL pediu ao Governo que dê “maior autonomia” às unidades de saúde, para que tenham “maior flexibilidade na contratação” e haja uma “verdadeira aposta na avaliação de desempenho, na valorização do mérito”.
Questionada se ficou tranquilizada com as palavras de Luís Montenegro na entrevista à Antena 1, na qual disse que mais de 70% do programa de emergência para a saúde já foi executado, Mariana Leitão respondeu que o primeiro-ministro, ainda em 2024, definiu a saúde como “grande prioridade” e apresentou “vários planos de emergência”.
“A verdade é que nós não vemos efetivamente nada a melhorar, e isso é uma grande preocupação. Continuamos com várias notícias a aparecerem, a pôr já em causa urgências a funcionar em agosto. Tivemos um inverno em que também houve vários problemas”, referiu.
Para Mariana Leitão, não se vê “um plano efetivo para se mudar o estado em que as coisas se encontram”, nem “vontade política ou coragem do senhor primeiro-ministro em fazer as mudanças que são necessárias”.