Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros
Paulo Rangel, ministro dos Negócios EstrangeirosFOTO: TIAGO PETINGA/LUSA

MNE assume falhas na paragem nas Lajes de caças dos EUA para entrega a Israel e vai apurar responsabilidades

O Governo diz que a informação sobre o sobrevoo dos F-25 devia ter sido reportada ao gabinete do ministro Paulo Rangel.
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O Governo português confirmou esta quinta-feira, 2 de outubro, em comunicado, que no dia 29 de setembro que passaram pela Base das Lajes, nos Açores, três aviões F-35 americanos para serem entregues a Israel, numa operação para a qual não teve informação e, como tal, não deu a respetiva informação.

"Não tendo nem o ministro nem o seu Gabinete qualquer conhecimento ou informação de tais sobrevoos, como seria suposto atenta a natureza do tema, o ministro determinou imediatamente uma averiguação para saber se tais sobrevoos tinham ocorrido e por que razão não tinham chegado ao seu conhecimento", refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado, que numa primeira fase "nenhuma aeronave israelita ou com destino a Israel tinha sido autorizada".

Só que perante o facto de o jornal Expresso ter divulgado vídeos publicados no Youtube, o ministério tutelado por Paulo Rangel determinou "uma segunda averiguação exaustiva". "Nela se determinou que as aeronaves eram americanas e que efetivamente houve comunicação e autorização tácita (isto é, por decurso do prazo respectivo), da escala e sobrevoo de três aeronaves americanas para entrega a Israel", admite agora em comunicado..

Ainda assim, garante que não foi violado o compromisso assumido pelo Ministério ou pelo Governo nesta matéria, mas admite que "dada a sensibilidade da questão, esta comunicação deveria ter sido reportada ao gabinete do Ministro antes de esgotado o prazo de autorização".

O MNE, no mesmo comunicado, assume que houve uma "óbvia uma falha de procedimento, contrária às instruções internas dadas pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros".

Neste sentido, o ministério vai proceder a "um apuramento de responsabilidades e modificação de procedimentos de modo a evitar que tais falhas processuais voltem ocorrer, especialmente em processos de autorização tácita".

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