Desfile na Avenida da Liberdade: "Lição" ao Governo, diz Esquerda. MAI condena atos desordeiros de "minoria"

A manhã ficou marcada pela sessão solene na Assembleia da República. De tarde, milhares voltaram a encher a Avenida Liberdade, em Lisboa. Mário Machado e Rui Fonseca e Castro detidos.
Desfile na Avenida da Liberdade: "Lição" ao Governo, diz Esquerda. MAI condena atos desordeiros de "minoria"
Leonardo Negrão

Ex-juiz e Mário Machado libertados após cerca de seis horas na esquadra de Moscavide 

Detidos na sequência dos incidentes desta tarde no Largo de São Domingos, à margem das comemorações do 25 de abril, o líder do Ergue-te!, o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, e o neonazi Mário Machado, líder do grupo 1143, saíram perto das 23 horas das instalações da PSP em Moscavide, onde estiveram cerca de seis horas.

Ambos ficaram "notificados para se apresentarem voluntariamente junto da Autoridade Judiciária competente, pelas 10h00 da próxima segunda-feira, no Campus da Justiça, em Lisboa", segundo um comunicado enviado pela Polícia de Segurança Pública.

Leia aqui o que aconteceu no Largo de São Domingos esta tarde, numa reportagem da jornalista Amanda Lima:

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Largo de São Domingos passou do clima de confronto para o de 25 de Abril após saída de manifestantes

Governo condena atos desordeiros

O Ministério da Administração Interna emitiu um comunicado em que saúda os milhares de cidadãos que participaram de forma pacífica nas manifestações do 25 de abril realizadas em várias regiões do país, mas lamenta que "uma minoria tenha ultrapassado os limites legais" do direito à manifestação, obrigando à intervenção das forças de segurança para restabelecer a ordem pública.

A atuação da Polícia, segundo o comunicado, seguiu os mesmos critérios aplicados noutras situações, "independentemente das motivações, ideologias ou organizações envolvidas".

O Executivo agradeceu ainda o trabalho das forças de segurança e expressou solidariedade com os dois agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) que foram agredidos durante o serviço.

Leia aqui o comunicado:

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Mário Machado e Rui Fonseca e Castro devem apresentar-se no Campus de Justiça na segunda-feira

Em comunicado, a PSP dá conta de ter efetuado três detenções nos confrontos que tiveram lugar durante a tarde no Largo de São Domingos. Dois deles são Mário Machado, neonazi líder do grupo 1143, e Rui Fonseca e Castro, ex-juiz que é líder do Ergue-te!

Segundo a PSP, não ficam detidos e terão de se apresentar no Campus de Justiça na próxima segunda-feira, pelas 10 horas da manhã.

No comunicado, a PSP elenca as situações de desobediência e de desordem registadas na cidade de Lisboa, nomeadamente:

  • No âmbito da manifestação promovida pelo movimento Ergue-te/Associação Habeas Corpus para a Praça do Martim Moniz que depois derivou para o Largo do Martim Moniz, verificou-se a necessidade de dirigir aos manifestantes Ordem de Dispersão, por forma a garantir a ordem e tranquilidade públicas, uma vez que se tratava de uma manifestação não autorizada pela Autoridade Administrativa competente;

  • Cerca das 15h00, na Praça do Martim Moniz, ocorrência de distúrbios, tendo a PSP identificado 1 suspeito da prática de ofensas à integridade física;

  • Cerca das 16h00, no Largo de São Domingos, detenção de um homem de 51 anos por desobediência (promotor da manifestação do movimento Ergue-te/Associação Habeas Corpus);

  • Cerca das 16h00, no Largo de São Domingos, detenção de um homem de 43 anos por resistência e coação;

  • Cerca das 17h00 no Largo de São Domingos, detenção de um homem de 47 anos, por ameaça e coação a órgão de comunicação social;

  • Identificação de 4 indivíduos que integravam a manifestação promovida e não autorizada no Largo de São Domingos por suspeita de envolvimento nos distúrbios.

"Depois de cumpridos os formalismos legais das detenções, os sujeitos detidos serão notificados para se apresentarem voluntariamente junto da Autoridade Judiciária competente, pelas 10h00 da próxima segunda-feira, no Campus da Justiça, em Lisboa", acrescenta.

A PSP dá conta ainda que "durante a intervenção policial no Largo de São Domingos, lamentavelmente, dois polícias ficaram feridos, um com um ferimento no nariz e outro ferido na mão."

Mário Machado confronta os polícias presentes no Largo de São Domingos, momentos antes de ser detido
Mário Machado confronta os polícias presentes no Largo de São Domingos, momentos antes de ser detidoLeonardo Negrão
Confrontos provocaram ferimentos
Confrontos provocaram ferimentosLeonardo Negrão

Dois polícias feridos

Segundo declarações do comandante da 1ª Divisão do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Iúri Rodrigues, dois polícias ficaram feridos e tiveram de ser assistidos na sequência dos confrontos entre grupos de extrema-direita e antifascistas, esta tarde, no Largo de São Domingos.

O comandante Iúri Rodrigues divulgou ainda que foram efetuadas três detenções e identificadas outras quatro pessoas.

Ânimos acalmaram no Rossio e voltou o clima de festa pela liberdade

Pelas 18:00, milhares de pessoas ocupavam a zona do Rossio e o Largo de São Domingos, onde se voltou a ver filas para a ginjinha e grupos de turistas com guias a mostrar a cidade.

A maioria das pessoas concentradas a esta hora vinham da Avenida da Liberdade, com cravos vermelhos, símbolo da Revolução de Abril que hoje se comemora.

No meio do Largo de São Domingos, depois da confusão anterir, voltou a ouvir-se música associada ao 25 de Abril de 1974, que ecoa através de uma coluna, e muitos são os que cantam e dançam, num ambiente de festa no dia da liberdade.

Leonardo Negrão
Leonardo Negrão

Esquerda destaca mobilização popular como “uma lição” ao Governo

Os partidos de esquerda destacaram a forte mobilização no desfile do 25 de Abril como “uma lição” ao Governo, com o PS focado numa “mudança segura” de executivo nas eleições legislativas de maio.

PS, BE, PCP, Livre e PAN deixaram críticas ao executivo PSD/CDS durante o tradicional desfile popular na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com a IL a ser o único partido a desvalorizar a polémica gerada depois de o Governo ter decretado luto nacional, entre quinta-feira e sábado, pela morte do Papa Francisco e ter cancelado a sua agenda festiva relativa à Revolução dos Cravos.

“Quem vem todos os anos sabe que é sempre assim. São milhares e milhares de pessoas que gostam de celebrar Abril e aquilo que significa o 25 de Abril, a liberdade, a democracia, mas também o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública. Este é um dia de festa do povo português e, infelizmente, temos um governo que esteve à janela ou que está à janela a assistir”, criticou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

No entanto, segundo o líder do PS, este executivo de Luís Montenegro “só é Governo até ao dia 18 de Maio”.

“Nós estamos absolutamente convencidos de que vamos ganhar estas eleições e que vai haver uma mudança, uma mudança segura, porque nós temos um governo que não é de confiança”, disse.

Para Pedro Nuno Santos, “este Governo está muito distante do sentir do povo português” e “fez uma avaliação errada, tomou uma decisão que foi rejeitada pelas pessoas” porque “os portugueses valorizam o que significa o 25 de Abril”.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, classificou a manifestação na Avenida da Liberdade como “uma grande lição ao primeiro-ministro e ao Governo, que entende que se pode adiar as comemorações do 25 de Abril como se a democracia ficasse à espera de um momento mais conveniente para o Governo celebrar”.

“A democracia não fica à espera, o povo não fica à espera e esta é a prova disso mesmo”, insistiu.

Pelo PCP, o secretário-geral, Paulo Raimundo, realçou que o desfile não é “nenhuma festa”, mas sim a celebração de “uma grande Revolução” que “acabou com o fascismo”.

“As festas podem ser adiadas, as celebrações não são adiadas. E talvez que a maior resposta a essa brincadeira que o Governo decidiu fazer é aquilo que está a acontecer aqui”, considerou.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, classificou o 25 de Abril como “uma espécie de Natal da Liberdade” e considerou que o Governo “pode tirar como lição” deste desfile “que deve participar da alegria do povo quando o povo celebra a liberdade”.

O PAN, pela voz de Inês Sousa Real, lamentou que “alguém não quis que se celebrasse” o 25 de Abril, mas “o povo mais uma vez saiu à rua”.

“Não podemos esquecer a utilidade que o 25 de Abril continua a ter perante as ameaças à democracia”, defendeu.

À direita, o líder da IL, Rui Rocha, foi o único a considerar que apenas esteve em causa “um problema de comunicação do Governo”.

Lusa

Situação acalmou no Largo de São Domingos

A repórter Amanda Lima dá conta de que a situação está agora mais calma no Largo de São Domingos, depois dos confrontos entre grupos de extrema direita e antifascistas que resultaram na detenção do neonazi Mário Machado e do antigo juiz Rui Fonseca e Castro.

Entretanto, os apoiantes de ambos desmobilizaram do Largo de São Domingos e deslocaram-se para a esquadra de Moscavide para manifestar apoio aos dois detidos.

As imagens da detenção de Mário Machado

O repórter fotográfico do DN Leonardo Negrão registou o momento da detenção de Mário Machado e os confrontos no Largo de São Domingos, entre grupos extrema direita e grupos antifascistas.

Mário Machado também foi detido 

O militante neonazi Mário Machado, líder do grupo 1143, também foi detido esta tarde pela PSP, pouco tempo depois da detenção do juiz Rui Fonseca e Castro, na sequência de incidentes graves entre grupos de extrema-direita e elementos antifascistas no Largo de São Domingos.

A repórter do DN Amanda Lima registou o momento no local e dá conta de que houve também algumas pessoas que nada tinham a ver com qualquer dos grupos e que ficaram feridas por terem sido apanhadas no meio da confusão.

Um repórter de imagem da CNN Portugal foi atingido com gás pimenta numa altura em que se encontrava em direto.

No momento da detenção de Mário Machado, os antifascistas comemoraram com cânticos de "25 de abril sempre, Fascismo nunca mais!".

O líder do grupo 1143, recorde-se, já tinha anunciado que ia entregar-se à justiça em maio, para começar a cumprir pena por incitamento ao ódio e à violência, depois de rejeitado o recurso pelo Tribunal Constitucional.

Amanda Lima / DN
Amanda Lima / DN

Ferro Rodrigues recusou estar presente na cerimónia do 25 de Abril, alegando que Aguiar-Branco normalizou o comportamento da bancada do Chega.

Em declarações ao jornalista Vítor Moita Cordeiro, do DN, o antigo presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues explicou que não foi à cerimónia oficial de comemoração do 25 de Abril no Parlamento por não concordar com a atuação do atual presidente da AR, José Pedro Aguiar-Branco.

"Este 25 de Abril é ainda mais importante do que o do ano passado, porque era uma data redonda e o mundo não estava como está hoje. Portanto, estar tanta gente nova neste desfile na Avenida da Liberdade é um sinal muito positivo. Vejo isto com o mesmo agrado com que achei que não devia ir hoje à cerimónia. Fui convidado pelo senhor presidente da Assembleia da República, que tem tido uma atitude, no mínimo, inaceitável com o tipo de confusão que faz entre liberdade de expressão da extrema-direita e a injúria, a difamação e a calúnia. Portanto, não posso aceitar, se se mantiver esta situação, ser convidado por ele."

"A luta continua" porque "o povo está na rua" a gritar: "A liberdade não se cala"

Milhares descem a Avenida da Liberdade com os cânticos de sempre, como "25 de Abril sempre, fascismo, nunca mais". Mas há outros, que apelam à paz na Palestina.

A longa fila de milhares de manifestantes tem o ritmo marcado por dois chaimites que protagonizaram o ponto de viragem de há 51 anos. Por onde passam, os carros de combate, agora votados à paz, são aplaudidos.

Na Avenida, estão famílias, amigos, partidos, com um denominador comum: um cravo na lapela ou no cabelo ou na mão.

As imagens da detenção de Rui Fonseca e Castro e da intervenção policial

O fotógrafo do DN Leonardo Negrão registou o momento da detenção do líder do Ergue-te.

PSP deu parecer negativo à manifestação de extrema-direita. Movimentos já tinham dito que não desmobilizavam

Os manifestantes envolvidos nesta confusão no largo de São Domingos, ontem, já tinham garantido que iam contrariar o parecer negativo da Polícia de Segurança Pública (PSP) e marcar posição perante a presença de imigrantes de religião muçulmana que vivem no Martim Moniz. Chamada de “Descer ao Califado”, a iniciativa é organizada pelo ex-juiz negacionista Rui da Fonseca e Castro, líder do Ergue-te (antigo PNR), que entretanto foi detido.

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Rui Fonseca e Castro é detido. Ânimos exaltam-se e há carga policial

Após recusar a ordem para desmobilizar, a PSP detém Rui Fonseca e Castro.

É retirado do local pelas Equipas de Intervenção Rápida da PSP.

Segue-se uma carga policial, com os apoiantes do líder do Ergue-te a arremessarem cadeiras, garrafas e outros objetos no Largo de São Domingos.

Mais de uma centena de apoiantes de grupos de extrema-direita como o Habeas Corpus e o 1143 gritaram: "Prendem um, prendem todos."

"Só sairei daqui algemado". Presidente do Ergue-te recusa desmobilizar manifestação e cumprir ordem da PSP

Depois de ontem ter sido dado parecer negativo pela PSP, a manifestação, organizada pelo Ergue-te, acabou por ser mantida.

A PSP não autorizou a realização no local inicialmente estipulado - a praça do Martim Moniz. Entretanto, passou para o largo de São Domingos.

Mas, no local, o Rui Fonseca e Castro, presidente do Ergue-te, recusa acatar a ordem da PSP para desmobilizar.

Em conversa com o comandante da área operacional, transmitida pela CNN Portugal, foi possível ouvir a PSP a dar alguns minutos ao dirigente para poder desmobilizar. Caso contrário, pode ser detido pelo crime de desobediência.

À estação de televisão, o líder do Ergue-te referiu ser dirigente de um partido político e que esta é uma ação de pré-campanha. “Só sairei daqui algemado”, garante Rui Fonseca e Castro.

Descerrada placa comemorativa a Celeste Caeiro na Rua do Carmo, em Lisboa

Teve esta sexta-lugar a cerimónia de descerramento de uma placa comemorativa a Celeste Caeiro, no final da Rua do Carmo na ligação com a Praça do Rossio, em Lisboa.

Conhecida como a "senhora dos cravos", Celeste Caeiro desempenhou um papel simbólico no 25 de Abril de 1974 ao distribuir cravos aos militares, gesto que se tornou o ícone da revolução pacífica que pôs fim à ditadura em Portugal.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que participou na cerimónia, destacou o impacto do gesto de Celeste Caeiro, afirmando que "com um pequeno gesto mudou tudo", transformando o 25 de Abril num símbolo de liberdade e democracia”.

A autarquia da capital já lhe havia atribuído, também a título póstumo, a Medalha de Honra da Cidade em fevereiro deste ano.

Milhares de pessoas na Avenida da Liberdade

No centro de Lisboa, na zona do Marquês de Pombal e nas imediações da Avenida da Liberdade, estão milhares de pessoas para participar no tradicional desfile do 25 de Abril.

Pelas ruas ecoam as habituais palavras de ordem “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” e "O povo unido jamais será vencido", entre as dezenas de bandeiras de Portugal, partidos políticos, organizações sindicais e movimentos cívicos, e algumas da Palestina.

O desfile conta com as duas também tradicionais chaimites e uma figura habitual a represnetar o Zé Povinho.

Termina a cerimónia no Parlamento. "Grândola, Vila Morena" entoada no hemiciclo

Depois do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, toca o hino nacional e a sessão solene chega ao fim.

À medida que o Governo e o Presidente da República vão deixando o plenário, começa a ser entoada uma das senhas da Revolução: Grândola, Vila Morena. Algo que, de resto, já vem sendo tradição nesta data.

Os Capitães de Abril nas galerias, juntamente com as bancadas parlamentares, entoam as palavras da música de Zeca Afonso.

Pouco depois, os 49 deputados do Chega abandonam o hemiciclo.

Foto: Leonardo Negrão

Presidente da República traça paralelismos entre o papa Francisco e o 25 de Abril

No último discurso que faz numa sessão solene do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa começa por evocar Ramalho Eanes - o único antigo chefe de Estado presente no Parlamento -, a quem agradeceu o "contributo" para a Revolução dos Cravos. Aproveita para agradecer aos capitães de Abril presentes nas galerias e aos deputados da Assembleia Constituinte que estão no Parlamento.

Relembra que deste 1977 que a sessão solene se realiza e que, desde então, é a primeira vez que acontece com um "Parlamento dissolvido" e com luto nacional decretado. Fala no voto de pesar unânime e faz referências ao papa Francisco, traçando paralelismos entre o Pontífice e o 25 de Abril.

A Revolução dos Cravos, atira, "nasceu num ambiente social muito tenso", como a Guerra Fria, e numa altura em que as desigualdade social já se acentuava entre vários continentes. Com isto, questiona: "Como não encontrar nos apelos de Francisco alguns dos mesmos dramas?"

Fala depois nos emigrantes e imigrantes que diz serem "flagelados por novas e antigas pobrezas", com direitos "suprimidos" e aponta aos "desafios" globais.

Num discurso curto, Marcelo Rebelo de Sousa fala sobre os anseios do papa Francisco, "sem recusas, sem intolerâncias, sem fronteiras entre puros e impuros". Compara-os aos anseios que estiveram na origem do 25 de Abril.

Considerando que a celebração da Revolução dos Cravos deve ser "mais encarnação do que uma afirmação de missão já servida, mais futuro do que passado, para que não se confunda o fundamental com o acessório".

"25 de Abril sempre", diz, terminando: "O pleno e descomplexado abraço a todas as pessoas e a radical humildade que nos ensinou Francisco. O que tem o papa a ver com a Revolução? Tudo, tudo, tudo!"

Foto: Leonardo Negrão

Aguiar-Branco pede estabilidade e que se "renuncie ao medo como tática"

Depois dos partidos, fala agora José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República e também ele traz memórias: as de há 50 anos, aquando das primeiras eleições livres e o gesto que tal foi de todos os que saíram para votar nesse dia.

Deve estar-se à "altura desse gesto". "Habituámo-nos, nos últimos anos, a ouvir que os portugueses não confiam nos políticos", diz. E fala depois nas consequências desse descrédito: "A abstenção não é uma causa, é uma consequência. O populismo não é uma causa, é uma consequência. A raiz do problema é tantas vezes a incapacidade de apresentar resultados, construir o futuro e de estar à altura de quem os elegeu.”

Lamentando o imobilismo do país e da Europa, Aguiar-Branco assume que "os políticos não podem ser meros comentadores da realidade, como se não tivessem o poder para a alterar o estado de coisas". "Não são meros espetadores, são construtores da realidade", sublinha.

Termina a intervenção a lamentar a falta de capacidade de consensos e pede que se tente chegar à estabilidade necessária para o país. "Saibamos renunciar ao medo como tática, à divisão como estratégia, ao fatalismo como desígnio", remata.

Foto: Leonardo Negrão

Teresa Morais: Portugal tem "democracia consolidada, mas ainda imperfeita"

Na última intervenção de um partido, é Teresa Morais, do PSD, a dirigir-se ao hemiciclo. Tal como há um ano, os sociais-democratas escolheram uma mulher para discursar no 25 de Abril. Em 2024 foi Ana Gabriela Cabilhas.

Começa por recuperar "memórias" do passado, passando pela história da sua família, que viu os seus irmãos ir para a guerra. A Revolução, disse, foi a certeza de que "a guerra" tinha acabado.

A social-democrata considera que o 25 de Abril contribuiu para "o afastamento dos extremismos", que a Constituição "deu passos fundamentais que foram sendo aprofundados", como a proibição das discriminações e a igualdade de género.

Não obstante, diz a também vice-presidente do Parlamento, Portugal "tem uma democracia consolidada, mas ainda imperfeita", desde logo porque homens e mulheres ainda têm desigualdades entre si. "Deve conseguir superar-se" isso, refere, pedindo que se faça "melhor". "Temos e vamos fazer melhor", diz.

No final da intervenção, fala sobre os "novos perigos que podem minar o regime democrático" e sublinha que "as redes sociais estão a tornar-se um risco para as democracias" por manipularem o pensamento. Frisa que "uma democracia madura" salvaguarda "a liberdade de expressão" e, por isso, "não deve permitir que se partilhem crimes". Há então uma obrigação moral: "Encontrar soluções para os novos desafios."

Foto: Leonardo Negrão

Pedro Nuno Santos alude ao caso Spinumviva e diz que Governo está "desligado do sentimento popular"

Os discursos dos partidos entram na reta final. Pelo PS, é Pedro Nuno Santos quem intervém, tal como há um ano.

Começa o discurso a criticar o adiamento das celebrações do 25 de Abril por parte do Governo, dizendo que "cancelar as celebrações" mostra que o Executivo está "desligado do sentimento popular" e que é "incapaz de perceber que os portugueses, mesmo 51 anos depois de abril, se ofendem com quem desvaloriza a data que lhes trouxe a democracia, a liberdade, a educação para todos, o serviço nacional de saúde, o direito a escolher quem os representa e quem governa". Com isto: "O povo sai à rua e o Governo fica à janela."

O secretário-geral socialista alude depois ao caso Spinumviva, sem mencionar o nome da empresa do primeiro-ministro: "A democracia é hoje mais exigente do que alguma vez foi. Sujeita os políticos a um maior escrutínio e impõe-lhes um maior nível de transparência e de integridade ética do que em qualquer outro momento da história. Este imperativo democrático de maior transparência é incompatível com comportamentos de opacidade e de ocultação. Convive mal com condutas de dissimulação e de vitimização. E, sobretudo, torna insuportável a constante chantagem e infantilização dos portugueses."

Depois de se focar nas "diferentes direitas", Pedro Nuno Santos defende ser necessário "um projeto para todos", bastante diferente e "muito mais ambicioso do que um projeto centrado na exploração do ressentimento ou na defesa do privilégio".

Termina elencando: "Celebrar Abril é combater de frente a pobreza e a desigualdade, não é esconder os pobres. Celebrar Abril é celebrar quem trabalha, não é condená-los à penúria. Celebrar Abril é valorizar a sabedoria dos mais velhos, não é infantilizá-los. Celebrar Abril é aceitar a diferença, não é estigmatiza-la. Celebrar Abril é acolher bem quem vem de longe trabalhar connosco, não é odiá-los. Celebrar Abril é ensinar os nossos filhos rapazes a respeitar as colegas, como iguais. Celebrar Abril é combater a violência doméstica, não é ignorá-la ou relativiza-la. Celebrar Abril é celebrar o Papa Francisco: a sua memória, a sua vida e a sua mensagem."

Foto: Leonardo Negrão

André Ventura critica Revolução, que "tornou uma corrupção fechada numa aberta"

O presidente do Chega, André Ventura, começa com uma alegoria: "Imaginem que um alien chegava a Portugal e perguntava ao ChatGPT: 'como está Portugal?'" e tendo em conta o poder de compra, o valor recorde da carga fiscal, questiona: "Se a Inteligência Artificial nos diz que estamos da pobreza, como é que a inteligência do primeiro-ministro ainda não percebeu isso?”

Antes, pega em Celeste Caeiro, que diz ter "morrido abandonada nas urgências de um hospital" sem uma resposta atempada.

André Ventura fala depois em 51 anos de "muita mudança, ora boa, ora má" e critica a imigração, dizendo que o Governo deixou entrar "milhares e milhões no país e nem se sabe quem são". "As verdadeiras Celestes são as vítimas dos que deixaram entrar sem regras neste país", refere.

Os imigrantes têm "direito a saúde", e "quem paga impostos não tem direito a nada". "É este o Abril que aqui temos": quando "morre Odair sai à rua a dizer que a polícia é um desastre mas quando o Manuel é assassinado em Braga, ninguém mexe uma palha para o defender".

Volta depois ao exemplo do alien para falar de corrupção. Portugal, diz Ventura, caiu nove posições no índice da perceção de corrupção e era "isto que Abril devia ter resolvido". No entanto, atira, a Revolução "transformou uma corrupção fechada numa aberta", com os "condenados e criminosos" a andarem "livremente pelo país".

Foto: Leonardo Negrão

Rui Rocha em modo campanha diz que já se perdeu "demasiado tempo". "É preciso, é urgente reformar o Estado"

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, fala agora.

Começa a intervenção pela saúde e pelas "promessas estafadas" de defesa do SNS.

Na habitação, diz depois, "cada vez mais portugueses enfrentam a escassez criada por décadas de intervencionismo, burocracia, regulamentos infindáveis e carga fiscal injusta".

Sobre a educação, sublinha: "O futuro dos jovens cujas famílias não têm recursos financeiros que lhes permitam escolher a escola, continua a ser ditado pelo código postal. O código postal em Portugal pode condenar tantos a frequentar uma escola degradada, uma escola onde chove na sala de aula, uma escola onde não há professores, uma escola onde não há condições para ter aulas de educação física quando está mau tempo."

Entra depois num discurso mais virado para a campanha eleitoral: "É preciso, é urgente, é essencial reformar o Estado. Só a Iniciativa Liberal tem coragem de o afirmar. Só a Iniciativa Liberal tem a convicção de fazer o caminho urgente e indispensável da modernização do Estado.

"Essa mudança começa a 18 de maio. É a mudança para um Portugal mais liberal, mais moderno, mais próspero e com mais oportunidades. Temos essa enorme oportunidade em 18 de Maio. Já perdemos demasiado tempo, mas ainda temos todo o futuro à nossa frente. Desta vez, é liberal. Desta vez, vamos acelerar Portugal", remata.

Foto: Leonardo Negrão

Mariana Mortágua também critica Governo: adiar comemorações do 25 de Abril é "triste confirmação que nem o dia mais feliz consegue iluminar o futuro de um povo"

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, fala agora.

Recorda a sua infância, na vila alentejana de Alvito, onde o "largo General Humberto Delgado" era um ponto central. "Na casa onde cresci, vivia um homem. O dia 25 de Abril foi o dia mais feliz da sua vida", diz, numa referência ao pai, Camilo Mortágua, lutador antifascista que morreu em novembro de 2024.

Critica depois o Governo, como já o Livre fizera, devido ao adiar de celebrações do 25 de Abril por causa do luto nacional. "É só a triste confirmação que nem o dia mais feliz consegue iluminar todo o futuro de um povo", atira.

Durante 50 anos, disse, a Revolução "estancou a peste do fascismo e autoritarismo", citando depois exemplos de governo internacionais, como Donald Trump, Javier Milei, Giorgia Meloni ou Viktor Órban. Rostos como estes são os "novos devotos" que usam algoritmos de redes sociais e protegem "oligarquia planetária".

Passa em revista os conflitos internacionais, acrescentando depois: "De que serve adiar as comemorações do 25 abril se as palavras de Francisco são tão cinicamente ignoradas? As últimas que disse, denunciando o delírio da guerra, e especialmente as pronunciadas em Lisboa – todos, todos, todos. Incluindo os sobreviventes da Palestina, as pessoas ciganas, as mulheres, os migrantes."

Dirige-se depois aos "herdeiros de Salazar", que "ainda hoje" rejeitam a Constituição. Fala depois para os jovens e diz que a "democracia não está vacinada" contra o "mal do nosso tempo": o "discurso de ódio a entrar pelos pátios da escola, pela rua, pelo telemóvel". "Este é o tempo que nos calhou viver, e para o enfrentar temos connosco o segredo que Celeste Caeiro um dia contou a Portugal: num cravo cabe outro mundo", diz.

Foto: Leonardo Negrão

António Filipe: "Está nas mãos do povo ter uma vida melhor"

Pelo PCP, a intervenção fica a cargo de António Filipe, o mais velho deputado comunista.

Começa por recordar, também ele, o papa Francisco, lembrando o papel que teve na luta por mais justiça social.

Fala depois no "obscurantismo" do Estado Novo, a importância das eleições que aconteceram há 50 anos e os deputados que desenharam aquilo que seria a Constituição. Há agora "o dever de lutar para que essa esperança não seja traída", atira.

Reconhecendo que "o momento pode ser de deceção e descrença" para o povo, António Filipe culpa o Governo por essa "deceção", tudo devido a uma "governação insensível às reais necessidades das pessoas". Por isso, "está nas mãos do povo ter uma vida melhor", diz num apelo ao voto a 18 de maio.

E deixa uma convicção: há "capacidade para afirmar os valores da democracia". "A alternativa terá de ser construída por aqueles que, com coragem, lutam por uma política que valorize os trabalhadores", sublinha.

Foto: Leonardo Negrão

Isabel Mendes Lopes: "O momento que vivemos é ameaçador"

Intervém agora a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes.

Começa por homenagear os Capitães de Abril e recorda os "acasos" que ficam para a história", em referência ao cravo, a flor da Revolução, que se tornou num símbolo involuntário do 25 de abril e que Celeste Caeiro (que deu a flor aos militares em 1974).

Recorda as palavras do papa Francisco, dizendo que vivemos "uma mudança de época" e que "o momento é ameaçador". "Os sinais estão todos aí, dentro e fora de Portugal”: o discurso de ódio, o ataque à imprensa, e o desejo de alargar fronteiras.

Frisa depois: "Os antepassados não eram diferentes de nós, mas estamos em vantagem de ter 100 anos de história. É necessário não aceitar mentira, chantagem e o corromper das instituições."

"Votem como se a vossa vida e a liberdade dependesse disso", atira.

"Celebração não se cancela, não se adia", diz depois numa bicada ao Governo devido à polémica em torno do luto nacional.

Foto: Leonardo Negrão

Paulo Núncio: "Em abril conquistámos a liberdade, em novembro evitámos perdê-la"

Fala agora Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS-PP.

Começa a intervenção a recordar várias palavras do papa Francisco, a quem chama um "digno sucessor de Pedro [apóstolo]". "Foi um peregrino do bem" e, por isso, deixa o seu "reconhecimento e agradecimento" a Francisco.

Passa depois para o 25 de Abril propriamente dito, onde assinala a "data importantíssima" dos 50 anos do primeiro sufrágio universal, o "dia em que se conferiu a vontade popular". Com 92% de afluência, "ficou à vista que o povo queria uma democracia europeia e ocidental" em vez de um regime tutelado por militares.

"É bom lembrar que houve quem não quisesse que as eleições se realizassem", diz, recordando ainda que "os mais radicais do 11 de março diziam que as conquistas da revolução não podem ser postas em causa pela via eleitoral".

"Há 50 anos", disse, "o povo português assumiu o seu estatuto de soberano". Frisa depois que "os dois 25" - de abril e de novembro - são a "continuação um do outro". "Em abril, conquistámos a liberdade, em novembro evitámos perdê-la", remata.

Num discurso marcado, em grande parte, por um tom de campanha eleitoral, Paulo Núncio recorda que a AD, desde que existe enquanto coligação, "não perdeu eleições". "Avançaremos", promete, depois de passar em revista o trabalho do Governo. "A 18 de maio, os portugueses vão escolher entre avançar ou retroceder", atira.

Foto: Leonardo Negrão

Inês de Sousa Real: "Saibamos renovar a esperança na democracia"

Começando por recordar nomes importantes do pré e pós-25 de Abril, como Maria Teresa Horta e Carlos Matos Gomes, que morreram já em 2025, Inês de Sousa Real reconhece que "as pessoas" estão "cansadas de ir às urnas" e de instabilidade política.

Mas, ainda assim, diz a deputada única do PAN, é preciso dar esperança aos eleitores. "Saibamos renovar a esperança na democracia", afirma. É, por isso, "urgente celebrar Abril".

Recorda também os conflitos em vários pontos do globo, da Ucrânia à Palestina. Em Portugal, "há uma guerra silenciosa que não dá tréguas": a violência doméstica.

Socorre-se depois de palavras do papa Francisco, quando afirmou que "o coração está aberto à comunhão universal, nada e ninguém fica excluído" e pediu que não se esqueça qualquer espécie.

Foto: Leonardo Negrão

Inês de Sousa Real inicia os discursos

Após o minuto de silêncio e o voto de pesar pela morte do papa Francisco, iniciam-se agora os discursos - que serão feitos por ordem crescente de representatividade. Começa Inês de Sousa Real, deputada única do PAN.

Coro gregoriano canta o hino e sessão solene arranca oficialmente com voto de pesar pela morte do Papa Francisco

É uma novidade este ano e marca o início da sessão solene: um coro gregoriano do Instituo Gregoriano de Lisboa.

Inicia-se a cerimónia e José Pedro Aguiar-Branco lê o voto de pesar em memória do papa Francisco, que recorda o pontificado de Jorge Bergoglio, as ações mais relevantes que tomou e as palavras que disse ao longo de 12 anos. Segue-se o minuto de silêncio.

Ramalho Eanes e Amadeu Guerra estão presentes no Parlamento

O antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, e o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, estão presentes no Parlamento para assistir às cerimónias do 25 de Abril.

Como habitualmente, Cavaco Silva não está na Assembleia da República.

Fotografias de Leonardo Negrão.

O antigo Presidente da República está nas galerias do Parlamento, como habitualmente.
O antigo Presidente da República está nas galerias do Parlamento, como habitualmente.Foto: Leonardo Negrão
Amadeu Guerra, procurador-geral da República, e Maria Lúcia Amaral, provedora de Justiça, também assistem à sessão solene.
Amadeu Guerra, procurador-geral da República, e Maria Lúcia Amaral, provedora de Justiça, também assistem à sessão solene.Foto: Leonardo Negrão
Alguns membros do Governo num momento de descontração antes do arranque dos trabalhos.
Alguns membros do Governo num momento de descontração antes do arranque dos trabalhos.Foto: Leonardo Negrão
Pedro Nuno Santos, líder do PS
Pedro Nuno Santos, líder do PSFoto: Leonardo Negrão

Marcelo Rebelo de Sousa já está no Parlamento

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já chegou a São Bento.

Será a última vez que intervém numa sessão solene do 25 de Abril enquanto chefe de Estado.

Governo afastou restrições à celebração do 25 de Abril e definiu conduta para os seus membros

O Governo esclareceu ontem que o decreto que instituiu o luto nacional pela morte do Papa Francisco não impõe quaisquer restrições à celebração do 25 de Abril por entidades públicas ou privadas, limitando-se a definir a conduta dos membros do executivo.

O Executivo fez um esclarecimento em forma de comunicado a afirmar que "não recomendou o cancelamento de quaisquer sessões evocativas do 25 de abril, nas quais sempre disse que irá participar", vincando que "adiou para o dia 1 de maio o evento festivo na Residência Oficial do primeiro-ministro".

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Governo afasta restrições à celebração do 25 de Abril e apenas definiu conduta para os seus membros

Cerimónia oficial com ligeiros ajustes devido ao luto nacional

Sendo a última vez que o atual Parlamento se junta e se reúne para uma sessão (uma vez que aquele que sair das eleições de 18 de maio será diferente), os 230 deputados vão assinalar mais do que apenas os 51 anos da Revolução dos Cravos. Será também comemorado o aniversário dos 50 anos das primeiras eleições livres, que aconteceram a 25 de Abril de 1975.

Além disso, devido ao luto nacional, a cerimónia iniciar-se-á com a leitura de um voto de pesar e com um minuto de silêncio em memória do papa Francisco.

Dupla efeméride do 25 de Abril em clima pré-eleitoral e com silêncio pelo papa

Nem a dissolução da Assembleia da República e os três dias de luto nacional pela morte do papa Francisco impediram a sessão solene que assinala a dupla efeméride do 25 de Abril. Não só se vai comemorar o 51.º aniversário da revolução que pôs fim à ditadura do Estado Novo como está em causa a data redonda dos 50 anos das eleições para a Assembleia Constituinte que, menos de um ano depois, aprovou a Constituição da República Portuguesa.

Esses dois acontecimentos históricos e a conjuntura política, com eleições daqui a pouco mais de três semanas, deverão dominar os discursos ouvidos na sala de sessões da Assembleia da República, onde se esperam todos os eleitos para a legislatura prestes a terminar, em vez dos 54 deputados com assento na Comissão Permanente.

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Bom dia.

Iniciamos aqui o liveblog para acompanhar a sessão solene e as comemorações do 25 de Abril.

Além da sessão no Parlamento, o DN terá também, da parte da tarde, reportagem diretamente do tradicional desfile da Avenida da Liberdade.

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