O candidato presidencial Marques Mendes lamentou este sábado, 1 de novembro, que os emigrantes continuem a ser tratados como “portugueses de segunda” e acusou os partidos políticos de terem "medo do voto eletrónico".Durante uma visita a Londres, o candidato qualificou de “injustamente redutor” o sistema de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, que exige que o voto seja presencial nas eleições presidenciais e não permita o voto postal, como acontece nas legislativas.O resultado é o que chamou de "eleições de primeira e de segunda categoria" e disse que "os partidos são os responsáveis por esta situação, da direita à esquerda".Em pré-campanha eleitoral, Marques Mendes revelou, em declarações aos jornalistas, o de desejo de introduzir "presidências abertas" no estrangeiro, caso seja eleito, para "ajudar a pôr um ponto final nesta matéria"."Acho que um Presidente da República existe para ser firme, junto dos partidos, para corrigirem aquilo que está errado. Eu tenciono ter uma voz firme a dizer aos partidos, a todos eles, da direita à esquerda, o seguinte: os portugueses no estrangeiro não são portugueses de segunda", afirmou aos jornalistas.As presidências abertas, referiu, durariam cerca de uma semana a dez dias e poderiam alargar-se a vários países, onde o Presidente da República se faria acompanhar de ministros, secretários de Estado, representantes dos partidos e altos funcionários do Estado para discutir assuntos relativos às comunidades portuguesas no estrangeiro. Além da possibilidade do voto presencial e postal em todos os tipos de eleições, Marques Mendes defende que também seja dada aos portugueses residentes no estrangeiro a opção de votar de forma digital, criticando, mais uma vez, os partidos de bloquearem este avanço."Não tenho nenhuma dúvida. O voto eletrónico não existe ainda porque há partidos que têm medo do voto dos emigrantes. Têm medo que com isso aumente muito a participação e que, com isso, se alterem os resultados que são conhecidos do ponto de vista do território", afirmou.Marques Mendes reivindicou a responsabilidade pela criação da RTP Internacional em 1992, apesar do ceticismo dentro do próprio Governo. "Tomei essas decisões porque acredito muito nesta ideia. Portugal não é um território, é uma nação. E por isso hoje estou aqui nas comunidades", sublinhou. Depois de uma manhã de visitas a comércios portugueses em Stockwell, o bairro no sul de Londres conhecido por "Little Portugal”, almoçou com militantes. No programa de hoje constava ainda uma entrevista a uma rádio local e uma visita a uma festa de uma associação. No domingo, segue para a ilha de Jersey, onde vive uma numerosa comunidade portuguesa, antes de regressar a Lisboa no final do dia. As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026. ."O Estado está a falhar-nos na habitação, na saúde, na educação. E não pode falhar", aponta Catarina Martins.Seguro. “A democracia é transparência, não é escuridão e nós temos muita escuridão na democracia portuguesa"