Luís Marques Mendes não tem dúvidas: seria "uma irresponsabilidade" convocar eleições antecipadas se o Governo não cumprisse as suas promessas. O que um Presidente da República deve fazer é, em vez disso, "chamar à atenção se for um mau Governo e governar mal", defendeu, indo contra o entendimento de Henrique Gouveia e Melo, putativo candidato a Belém, que, num manifesto publicado no Expresso, deixou no ar essa ideia. .Presidenciais: Seguro sugere que Gouveia e Melo quer "atropelar a Constituição"."Num mundo tão desregulado, o Presidente da República deve ser um fator de estabilidade", sublinhou, acrescentando: "Temos tido crises a mais." No final, já depois do evento, voltaria então a este tema, dizendo que "uma pessoa com experiência política de Constituição, não diria isso. Abrir uma crise política por isso seria irresponsável". Afirmações como as de Gouveia e Melo são, na opinião de Marques Mendes, resultado "de pouca experiência política". "Se tivesse mais, nunca diria uma coisa dessas", comentou.Esta terça-feira, numa conversa com alunos de Ciência Política do ISCTE, em Lisboa, o primeiro -- e até agora único -- candidato oficial às Presidenciais do próximo ano recordou que o cargo exige "experiência"."Experiência", essa, que Luís Marques Mendes diz ter após várias décadas na vida política: "Fui autarca, secretário de Estado, líder partidário, ministro e conselheiro de Estado com três Presidentes [Jorge Sampaio, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa]. Não estou a dizer que sou melhor que os outros, apenas que tive essa oportunidade."A "experiência" dá-lhe, então, a oportunidade de "construir pontes", ato que "não é só construção civil" e que deve servir como fiel de balança no sistema político..Marques Mendes confirma que é candidato a Belém: “Tenho esta obrigação de retribuir o que o país me deu”.Até porque, relembrou Luís Marques Mendes, o Presidente "não legisla nem governa". Ou seja: "Quando não se tem essa experiência, pode correr mal."E essa é, garantiu, a sua "diferença essencial" em relação aos outros nomes (como Gouveia e Melo, António José Seguro ou António Vitorino) que podem entrar na corrida a Belém e que Marques Mendes "saúda democraticamente". Ainda assim, o ex-líder social-democrata diz estar convicto que vai "vencer" as eleições. Seja essa vitória alcançada na primeira ou na segunda volta.Sobre possíveis adversários, Marques Mendes disse depois "saudar" todos os que surgirem, mas recusou pronunciar-se "sobre isso". "Já não sou comentador", rematou.Falando perante um auditório repleto de jovens, Luís Marques Mendes pediu ainda "mais ambição", sobretudo quando as gerações mais novas "são das mais qualificadas de sempre". Olhando "lá para fora", o candidato presidencial refere que vê "oportunidades que não existem aqui" e que devem ser dadas aos mais novos.Instado a apresentar alguns compromissos, Marques Mendes deixou uma ideia em cima da mesa: "Sou defensor de um acordo de concertação social para aumentar os salários aos jovens. Temos de estancar as saídas do nosso país."