Marcelo: "Eu sei que isto não é muito próprio, comer em frente de câmaras. Quer dizer, não era!"
FILIPE AMORIM

Marcelo: "Eu sei que isto não é muito próprio, comer em frente de câmaras. Quer dizer, não era!"

Marcelo reflete sobre hábitos presidenciais e os diferentes estilos dos antecessores -- e da sua "polivalência -- enquanto saboreia salgados
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O Presidente da República falou esta segunda-feira (9) aos jornalistas enquanto come salgados em Lagos e reflete sobre hábitos presidenciais e a diversidade democrática de Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa comentou ainda ainda a missão de antecessores e a polivalência do seu próprio mandato.

"Eu sei que isto não é muito próprio, comer em frente das câmaras. Quer dizer, não era há 20 anos, mas transformou-se num clássico. O primeiro, que é pioneiro, foi muito criticado, injustamente criticado, tinha bom gosto, era bolo-rei", comentou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Lusa, referindo-se ao seu antecessor na chefia do Estado, Aníbal Cavaco Silva. "Eu sou mais variado gastronomicamente, e portanto passou a ser normal, passou a ser um hábito presidencial, porventura com intermitências, conforme o estilo presidencial, mas, no meu estilo, muito gastronómico".

Questionado se o seu sucessor no cargo, a partir de 9 de março do próximo ano, continuaria com o mesmo estilo gastronómico, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "É uma escolha dos portugueses, se querem gente de gastronomia forte ou de gastronomia mais suave". Sobre se via alguém com a sua aptidão gastronómica, o Presidente retorquiu: "Eu não comento candidaturas presidenciais. Comento o prazer de, como Presidente da República, ter comido isto. Deu-me muito gozo metafísico. É muito bom, esta padaria é muito boa".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal tem "uma democracia muito rica" e que "os portugueses são muito diferentes, e, portanto, os presidentes têm que retratar essa diferença dos portugueses".

Segundo o chefe de Estado, "cada um cumpriu a sua missão", o Presidente Ramalho Eanes "cumpriu uma missão que só ele podia cumprir, que era a passagem da revolução para a democracia civil partidária, enquanto o Presidente Mário Soares "foi o apogeu da democracia partidária". Marcelo Rebelo de Sousa completou: "O Presidente Sampaio, isso mais a preocupação muito grande com a cena internacional, que se complicou. O Presidente Cavaco Silva, isso mais a preocupação com a crise económica que houve no mundo, e que caiu em cheio naquela presidência, mas ele era economista, portanto estava muito bem dotado para isso".

Quanto à sua missão, Marcelo considerou: "Eu tive de ser polivalente. Houve pandemia, houve incêndios, houve um pouco de tudo".

Marcelo Rebelo de Sousa não quis apontar uma missão ao próximo Presidente da República, mas sustentou que "é muito visível" aquilo que "os tempos pedem" atualmente.

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